Hehe, fiz uma brincadeira com um ditado americano, que o Google Translate traduziu prá mim, para o italiano. A graça está na simplicidade das soluções mecânicas americanas para motores de carro. Enquanto motores europeus ficam usando sofisticados turbos e sistemas para arrancar potência de motores pequenos, o ianque não quer saber, mete logo um V8 de 6.0 e iguala as coisas na marra. O ditado diz: Não há substituto para a cilindrada!
Há outro, “The bigger is better!”, que significa, O maior é melhor!.
Assim pensou a Ducati, ao aumentar a cilindrada de suas Hypermotard’s e da Panigale. Aumentou os motores e conseguiu margem para enquadrá-los nas normas Euro 4 , mantendo o desempenho.
Na apresentação em Milão do CEO Claudio Domenicali quase não tinham mais surpresas. Vou colocar abaixo, na ordem em que elas foram aparecendo na apresentação, com alguns comentários.
Domenicali recebeu no palco o tri campeão de SBK, ídolo e lenda do motociclismo, o australiano Troy Bayliss, The Bayllistic!
Após se aposentar das corridas, onde após ganhar com 3 Ducati’s diferentes o SBK, Troy continuou ligado a Ducati para eventos e Marketing. De olho em seu maior mercado, o americano, a Ducati inventou de correr com uma Scrambler (bastante modificada) no campeonato americano de Flat Track. Para chamar a atencão e depois poder fazer isso. Não deu muito certo porque Bayliss levou um tombo e se quebrou. Mas ficou bom e aí está, mais uma Scrambler Ducati. Desta eu só soube na reta final, quando um amigo que compareceu a reunião de apresentação interna para o EICMA abriu o bico, mas sem mostrar fotos ou dar detalhes.
http://scramblerducati.com/pt/bike/flat-track
Ueba! Estas eu vi aqui no Rio de Janeiro, quando vieram gravar os vídeos de lançamento mundiais que agora estão aí bombando.
Apesar do meu amigo Flavio Di Cosmo, que está lá em Milão, dizer que ela não parece vagabunda, eu discordo um pouco. Acho que parece sim, acho que a própria Scrambler já tem umas coisas assim e a Sixty 2 leva mais adiante. Conversei aqui no Rio com alguns dos pilotos que andaram com a moto e a impressão é de que ela é fraca. Principalmente após largar a 800cc e as 400cc vieram direto da Itália para sobre com a nossa bosta de gasolina, sem nenhuma regulagem. Aqui acho que a idéia é de oferecer mesmo uma moto acessível na entrada e dentro de uma categoria de habilitação européia onde a Ducati não tinha nenhuma moto para oferecer. Neste ponto, foi inteligente. E foi fácil fazer a 400, já tivemos monsters com esta cilindrada, foi só tirar do armário os desenhos dos cilindros, hehe. Mesmo sendo mais leve e mais simples, é uma moto relativamente pesada para o novo motor. Estas eu já estava careca de saber e conhecer.
http://scramblerducati.com/pt/bike/sixty2
Logo depois subiram ao palco os dois Andrea’s da Ducati, Dovizioso e Iannnone, apresentando as novas – the bigger is better – Hypermotard’s e Hyperstrada. O já ótimo e forte motor de 821 cc que equipava as anteriores agora sobe de cilindrada para 939 cc, o que deve dar uma senhora patada nas brutas. Como são motos já esguias e ágeis, devem ter se transformado em demônios no moto de condução eletrônico SPORT. Com os problemas que enfrenta a fábrica de suspensões Marzochi, a SP trocou para Ohlins e agora tem a sua frente dourada, antes era preta. Não se esperava ver modificações nesta linha, mas esta surpresa já tinha sido antecipada quando descobriram a documentação de registro delas na Califórnia.
http://www.ducati.com/bikes/hypermotard/hypermotard_939_sp/index.do
Esta eu não lembrava, mas é um desdobramento natural, apenas uma atualização par ao novo modelo. A Ducati Pikes Peak é um sucesso de gendas e público e o novo modelo é apenas a aplicação da fórmula, apesar da Ducati não ter ganho esta corrida nos últimos dois anos. Linda moto e grafismo.
http://www.ducati.com/bikes/multistrada/1200/pikes_peak/index.do
Também muito antecipada, e sem muitas novidades, apareceu na sequência a nova Panigale 939, que substitui a 899 que nunca chegou ao Brasil. No papel, feita para ser mais redonda e acessível, e mais barata do que o top da linha, as Panigale 1299. Mostou gráficos exibindo a gorda curva de torque e uma decarga horrorosa, que irá atender ao Euro4. Muito feia mesmo, mas temos o consolo de que existirá uma versão americana com a descarga do jeito que é hoje, ali pequena no meio da moto. Resta saber se esta virá para o Brasil e qual das duas descargas atenderá a legislação brasileira. Quem está adorando são os fabricantes de descargas opcionais, como a Akrapovic e Termignoni.
http://panigale.ducati.com/959/us/?_ga=1.64061295.131942149.1418529302%3Ffcc%3Dtrue
Finalmente!!! Esta Multistrada Enduro está sendo esperada faz tempo. Todo ano diziam que “agora ela vem”. Chegou! Seu alvo é a KTM Adventure e não a BMW GS 1200, que com seu cardã e caráter, continua sozinha na categoria que inventou. Já a KTM, tremei, a briga promete ser boa, mas com a KTM largando na frente com sua moto já com vários desenvolvimentos e um forte pedigree de enduros passados. A Ducati é a desafiadora e terá que provar que foi bem projetada, uma briga e tanto. Parece que a moto é incrível e ataca as críticas que o modelo atual recebia, principalmente o de economia e desempenho puro off-road. Nos filmes de lançamento os pilotos abusam sem dó da danada, mas não é uma coisa fácil acelerar deste jeito uma moto com este peso e potência. Tanque de 30 litros, mais suspensa, mais protegida, mais alta, mais resistente, melhores rodas e pneus para o offroad, mais leve. A perda do monobraço nem me abalou, pois sei que uma balança tradicional é mais eficiente.
Se todos os que pediam esta moto de fato comprarem uma, só ela já vendeu 30 mil unidades!
http://ducati.com/multistrada/1200enduro.do
O grande lançamento da noite foi a X-Diavel, um modelo novo que chega para extender a linha Diavel e torcer narizes dos ducatistas. Porque torcer narizes? Ora, porque é uma direção diferente, que a própria Ducati inventou com a Diavel e que agora leva um pouco mais adiante. Ainda mais cruiser, ainda mais americana, ainda mais “grande”. O que eu posso dizer sem ver a moto ao vivo? Que ela é impressionante, uma monumental obra de engenharia e design. Tem uma característica técnica de ter escondido as mangueiras de água do motos, tampas de motor incríveis, bem como as rodas. Ah! Belt drive, uma coisa que eu queria ver em todas as motos. Mas, não é o meu estilo de moto. Nem ela nem a Diavel, embora seja ela uma boa moto. Com o motor DVT novo e até um sistema eletrônico para gerenciar largadas demoníacas, será um modelo do tipo ame-deteste e precisará ganhar o coração dos ducatistas. Não vai ter moleza.
http://xdiavel.ducati.com/en?_ga=1.132298702.131942149.1418529302
Então é isso, de maneira resumida e rápida. Vamos agora aguardar qual será a política que a Ducati Brasil irá adotar e quanto teremos estas motos disponíveis em lojas brasileiras.
Para quem ainda não viu, aí está a apresentação de segunda dia 16, com todos os detalhes
https://www.youtube.com/watch?v=yfEX124Vod8
Abraços
Mário Barreto