E Jorge Martin conseguiu seu quarto hat trick, fazendo pole e vencendo a Sprint e a Corrida. Teve uma tarefa mais fácil no sábado, quando Bagnaia largou mal, não se encontrou com a moto e abandonou. Ambos caíram ao final do Q2, mas enquanto Martin largou com a moto titular, Pecco foi com a reserva. Até o momento a Ducati não se pronunciou sobre o problema, mas especula-se que foi no mapeamento eletrônico.

Marquez largou muito bem e passou 3 por fora na primeira perna da chicane Dunlop. Estava andando mais rápido do que Bezzecchi e Martin quando o primeiro caiu. Aí ele só trouxe a moto até o fim para uma.medalha de prata inesperada depois dos problemas de 6a e sábado de manhã. Viñales fez um bom 3°, mas em nenhum momento mostrou chances de vitória. Aleix andou mais do que ele, mas teve que pagar uma dupla volta longa por ter queimado a largada. É um castigo duro para uma vantagem ínfima… Bastianini, que também largou em uma posição bem pior do que o seu potencial, chegou em um bom 4°, seguido do Aleix. Acosta completou o top 6.

Morbidelli chegou em um distante 12°, seguido de perto pelo Zarco. É uma GP24 desperdiçada. Em último chegou… adivinhem quem? O Marini… não só mais de 27 segundos atrás do Martin, tomando mais de 2 segundos por volta, mas quase 12 segundos atrás do Zarco, que tem a mesma Honda doentinha. Quem foi o “gênio” que achou que o Marini poderia desenvolver a Honda? Mir caiu. De novo.

No domingo o bicampeão aplicou o seu plano A: largar na frente para não se preocupar com a pressão do pneu dianteiro e ditar o ritmo da corrida. Martin soube ter paciência para dar o bote no terço final da corrida. E teve que tentar duas vezes porque atualmente ninguém está deixando passar sem troco. Marquez não largou tão bem quanto no sábado, mas novamente foi melhor que o Bastianini e ganhou 5 posições na primeira volta. Ficou muitas voltas atrás do Viñales e também perdeu tempo para ultrapassae o Diggia. Quando assumiu a 3a posição estava a 2s3 dos líderes, mas foi tirando quase meio segundo por volta até chegar na disputa. Ficou por ali torcendo para que os dois se atrapalhassem, mas o Martin não deu espaço pro Pecco e o Formiga deu o bote na última volta pra conquistar mais 20 pontos e dar o troco de Jerez.
Bastianini fez as voltas mais rápidas da corrida no final e poderia estar naquela briga se não tivesse cortado caminho para ser punido por uma volta longa.

A Ducati está em uma posição privilegiada. Bastianini está bem, só precisa melhorar nas primeiras voltas da corrida, quando tem dificuldades com o tanque cheio. Martin lidera o campeonato com autoridade, é muito rápido na classificação e nas sprints. E Marquez está ressurgindo, se encaixando mais na moto a cada corrida. Marquez também é um fenômeno de público e mídia, mas há um possível problema: ele é contratado da Red Bull há anos e a Ducati LeNovo é patrocinada pela Monster. Está difícil prever quem a Ducati vai escolher, o que prometeu fazer até Mugello “para dar tempo dos não escolhidos negociarem o seu futuro”, segundo o Gigi. Certamente uma moto da Aprilia estará disponível para quem dançar e o Massimo Rivola já deu entrevistas dizendo que seria interessante ter um piloto italiano na equipe.

O mercado está tão maluco que ninguém sabe qual equipe irá ceder aos milhôes de ienes da Yamaha. Concordo com o Mario que a opção natural seria a VR46, já que o Rossi é embaixador da Yamaha, mas o Uccio quer vencer corridas e não quer esperar pelo desenvolvimento japonês. Já li boatos sobre ofensivas do Lin Jarvis na Pramac, na Gresini e na LCR. Eu não vejo nenhum sentido na Pramac largar a Ducati depois de tantos anos. Estão juntos desde 2005 (Alex Barros correu por eles em 2007, com uma GP7) e têm prioridade para ter o modelo igual à da equipe de fábrica. Mudar pra quê?

Ainda sobre a Yamaha, Quartararo está tirando leite de pedra. Largou em um ótimo 8° lugar. Chegou em 10° na Sprint e caiu na corrida quando estava brigando para ser 6°. Está andando mais do que a moto e aí o risco aumenta. Nos planos do Jarvis, o Rins seria o piloto principal da equipe satélite de forma a abrir um assento de equipe de fábrica. Dinheiro há…

A KTM passou desapercebida por Le Mans. Binder teve vários problemas na 6a e no sábado, caiu algumas vezes e largou em último, tomando a lanterna do Marini. No domingo se recuperou bem e chegou em um bom oitavo. Miller caiu de novo. Augusto Fernandes… esse acho que continua de licença, pois ninguém o vê. E Acosta largou razoavelmente bem, mas caiu por excesso de otimismo. Eu assisto às corridas pelo canal oficial e é um pouquinho irritante o entusiasmo do locutor oficial, Matt Birt, com a possibilidade do Acosta ganhar um GP. O garoto é muito bom, e também tem sorte, o que é importante, mas vendo os tempos do Martin, do Bagnaia e do Viñales e ter que aturar um “será que é hoje?” é no nível dos comentários so Edgar (eu imagino).

Oliveira continua devendo. Zerou em Le Mans enquanto o Raul pontuou sábado e domingo. Também… foi casar com a meia-irmã, está pagando os pecados.

Bez teve um fim de semana para esquecer. Quando parecia que ele tinha se encontrado com a GP23, perdeu a frente nas duas corridas e já está 11 pontos atrás do Diggia. E ele podia estar de GP24 na Pramac… acho que ele precisa fazer um curso com o Pablo Marçal para melhorar a tomada de decisão rsrsrs

Agora teremos Barcelona. Ano passado a Aprilia dominou. Será que conseguirá quebrar o dominio da Ducati?

Até lá!