E hoje pegamos a estrada em um lindíssimo dia de sol e céu azul para ir visitar o aniversariante da semana, o Guaraci. Subimos a serra e fomos até o seu castelo serrano. Para a tarefa, Bernardo Britto escolheu suas duas CBs, uma 1300 e uma 1100F. Eu nunca tinha andado nelas.
Fiz uma pesquisa para saber o porque da sigla CB da Honda e apesar de existirem muitas versões – City Bike, Cross Beam, Citzens Bike, Chokusetsu Baiku (Moto Pessoal), nenhuma delas está em qualquer documento oficial e o que mais parece é que após a série C (C100 Super Cub por exemplo), tivemos as Hondas CA (CA71 por exemplo) e chegamos nas CBs. São todas motos boas, são Hondas afinal, mas eu não sou o maior fã de Hondas deste mundo.
Comecei com a CB 1300, que foi toda modificada por seu antigo dono, o Ricardo Richers, e ficou bem moderna. Motorzão, injetada, a moto é muito boa de andar. Sendo já mais moderninha, ela tem uma tocada mais para o normal e as sensações são boas ao guidon. A posição de dirigir é bem encaixadinha e a moto com apenas 5 marchas retoma de 40 km/h até 240 de quinta, sem problemas. Gosto de dizer que é uma moto “bíblica”, como Deus criou as motos: Farol redondo, um velocímetro, um contagiros e dois amortecedores atrás. O homem é que depois desvirtuou a moto toda e hoje faz estas motos com faróis que parecem Transformers.
Subimos a Serra com uma galera que estava acompanhando o Vini até as empadas de Nogueira. Vini montado em sua novíssima Triumph 400 colou na minha rabeta e fui instado a não deixá-lo passar. Seria um abuso. A veneranda senhora que é a CB1300 está com pneus de época, duros e velhos, com suspensões desajustadas o que tornou um desafio ficar na frente da motoca zerinho do Vini. Sem abusar demais e tomando todo o cuidado com a performance sofrível dos pneus, consegui ficar na frente devido a diferença absurda no motor, mas como a serrinha é apertada e cheia de tráfego, o diabo louro ficou o tempo inteiro pertinho atrás de mim, o que dá uma boa nota para o piloto e também para a Triumph 400. Com pneus novos e um acerto de suspensões, a CB 1300 comportaria-se como uma moto semi-moderna. Digo isso porque as motos modernas são construídas em cima da eletrônica, e isso ela ficaria devendo.
Troquei de moto com o Bernardo e voltei duas décadas ao subir na CB1100F. É outro tudo, outro mundo, outras sensações, outra tocada. Como uma das últimas evoluções das 750 Bol D’Or, nestas motos você senta diferente, não encaixa nelas. O tanque e o banco ficam na mesma altura, o tanque não entra nas suas pernas, é bem diferente e ruim. O motor é forte, especialmente depois que passa das 5 mil rotações e as suspensões até que razoáveis. Já estavam “engordando” os tubos da suspensão nesta época, não são assim tão magrelas. É uma moto placa preta, uma curtição para quem gosta de motos antigas, não convém correr muito com elas. A maioria dos colecionadores inclusive nem andam com elas, o Bernardo é que faz questão de manter todas as suas motos em condição de uso, o que dá um trabalho e uma despesa enormes. A CB1100F parece muito com a nossa CB450E, só que maiorzona. Gostei quando destrocamos e eu voltei para a 1300.
Depois de passar um tempinho no Guará, vermos as novidades e motos novas, assistimos a chegada sensacional da SuperSport no GP da Itália e fomos almoçar em Itaipava. Dia lindo. As motos beberam pouco, não deram nenhuma ocorrência e chegamos muito bem em casa. Mais duas motos na minha longa lista de motos que já andei. Parabéns Guaraci e obrigado Bernardo!