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VIÑALES VENCE POR SUZUKI, YAMAHA E APRILIA

E se torna o primeiro piloto a fazê-lo por três construtores diferentes. Eu já fui muito fã do Viñales, desde quando ele corria pela equipe da Paris Hilton em 2012. Depois entrou na Calvo e conquistou um campeonato pouco provavel a 2 corridas do fim com um X no Alex Rins na ultima curva da ultima volta da ultima prova. Emocionante.
No ano seguinte ele estreava na Moto2 pela equipe do Pons/HP40 e ganhou logo na 2a corrida, no mesmo Circuit of the Americas no qual venceu ontem
Foi um dos poucos pilotos que subiu para o MotoGP depois de apenas 1 ano no Moto2 (com 4 vitórias), pinçado pelo Davide Brivio para o novo projeto da volta da Suzuki ao MotoGP. Deu à marca sua primeira vitória no retorno em Silverstone 2016 e foi contratado pela Yamaha para substituir Jorge Lorenzo em 2017.
Seu começo foi avassalador, ganhando as duas primeiras corridas (Qatar e Argentina) e obtendo a 3a vitória no 5° GP, na França, ultrapassando Rossi na ultima volta (quando estabeleceu a melhor volta, recorde, da corrida). Rossi caiu em 2° ao entrar nos Blue SS, abrindo caminho para Zarco e Pedrosa no pódio.

Foi o fim do Viñales. Rossi rodou a baiana, reclamou que a moto não estava sendo desenvolvida ao gosto dele, e criou uma quizumba dentro da Yamaha. Lamento, rossistas. Podem fazer bico, mas são os fatos. Como resultado dessa briga interna, Rossi venceu na Holanda, que foi a última vitoria da Yamaha no ano. Foi também a última vitoria do Rossi na carreira. Viñales terminou o campeonato em 3°, Rossi em 5°, e o espanhol nunca foi o mesmo com a sua equipe. Transformou-se em um piloto amargo, que tomava pra si todas as glórias quando ia bem e culpava a moto e a equipe quando ia mal.
Aí passei a implicar com ele.
Ainda assim ele voltou a vencer pela Yamaha na Australia (2018), Holanda e Malasia (2019), Misano (2020) e Qatar (2021). Até que veio o fatídico GP da Styria de 2021 onde os tecnicos da Yamaha detectaram que ele estava cortando o giro do motor propositalmente e ele foi demitido em plena temporada. Não foi apenas por isso… o clima dele na equipe já era ruim desde 2017 e as atitudes dele nas vitorias e derrotas irritavam profundamente o Lin Jarvis.

Graças à amizade com o Aleix Espargaró desde os tempos de Suzuki, Viñales foi resgatado pela Aprilia ainda no GP de Aragón, 2021. E andou meio apagado, embora, na minha opinião, ele tenha muito mais talento que o Aleix. Só que aparentemente ele se entrosou perfeitamente com a GPRS 24. Em Portugal esteve muito bem (foi um pecado perder o 2° lugar na última volta por um problema de câmbio) e no COTA estava meio segundo mais rápido do que todos. Fez o hat trick: pole, Sprint e Corrida, e deixa a impressão que vai continuar sendo candidato ao título. Está mais relaxado e, quem diria, mais humilde. Como diz o comentarista do MotoGP, “um piloto feliz é meio segundo mais rápido”. Viñales está feliz. Espargaró já pensa em aposentadoria. Parece-me que a fábrica de Noale está em otima fase.

Falando rapidamente sobre a Sprint, a largada é 80% do resultado. O pódio foi o mesmo da Sprint de Portimão, o Martin novamente a melhor GP24. Achei um bom resultado para o Marquez, que é quem está sofrendo menos com a dificuldade que a GP23 tem de entrar nas curvas. Bez, Alex Marquez e Diggia estão tendo dificuldades. MM, vindo da Honda, sente menos. As Honda continuam nos ultimos lugares do grid e das corridas. Marini chegou 23s atrás do Viñales em 10 voltas, e os outros cairam!!! As Yamahas somente à frente das Hondas… tá feia a coisa para as japonesas.

A corrida foi muito boa. Tanto que a assisti por inteiro mais uma vez ainda ontem, e assisti as 12 primeiras voltas novamente hoje. Muitos rossistas comemorando a queda do MM. Normal, eu aceito. Só que o MM caiu liderando. Tomou um chega pra lá do Martin na curva 1 (assim como o Bagnaia e o Viñales) que, se fosse causado por ele, ia ter gente querendo levar para a Corte de Haia para pedir punição. Depois levou um chega pra lá do Miller que arrancou uma peça da aerodinâmica. Ainda assim, ultrapassou o Bastianini, o Miller (2x), o Bagnaia (2x), o Martin e o Acosta (2x). Não iria ganhar a corrida, pois ninguém conseguiria segurar o Viñales ontem, mas perdeu 20 pontos de uma forma meio estranha. Pra mim ele perdeu o ponto de freada pois queria abrir o máximo do Acosta antes que o Viñale chegasse nele. A explicação oficial é que ele vinha tendo problemas com os freios. Enfim, comemorem ou chorem, porque ele está chegando e o campeonato é longo.

Acosta fez mais uma corrida excelente. Escolheu (assim como Viñales) o pneu médio na traseira para não perder rendimento no final. Todas as Ducatis foram de macios. Bagnaia é meio Dr Jekyll & Mr Hyde: quando lidera é implacável como o Mr Hyde, mas quando fica no meio do pelotão é acanhado como o Dr Jekyll. Foi a ultima GP24 no sabado e no domingo (Morbidelli é café com leite), o que é muito menos do que se espera dele. Binder não apareceu em Austin e Miller só apareceu para repetir o que faz em quase todas as corridas: atrapalhar o grupo da frente nas primeiras voltas e despencar na classificação nas últimas. Oliveira é outro que anda muito abaixo da expectativa. Tem uma moto igual à do Viñales e chega atrás do Raul, com a moto do ano passado. Considerando que esse era o GP caseiro da TrackHouse, ficou feio pra ele.

Últimos boatos: VR46 recusou a oferta da Yamaha, que está indo com um caminhão de dinheiro pra cima da Pramac. Martin está de olho na vaga do Aleix (lembrando que Martin, Aleix e Rins formam a mafia de Andorra: são muito amigos). Paolo Ciabatti quer levar Iannone de volta pro MotoGP em 2025 na equipe satélite que tiver a moto do ano (atualmente, a Pramac). Considerando que o Fermin Aldeguer já tem vaga certa nessa equipe, o Morbidelli teria que sair.

Fato confirmado: Lin Jarvis deixa a Yamaha ao final do ano, depois de 25 anos juntos. Já conseguiu um dos objetivos, que era renovar com o Quartararo. O segundo é conseguir uma equipe satélite.

Quero ver outra corrida boa em Jerez.
Até lá!