Motos de GP – Eletrônica

A eletrônica talvez seja a parte que tem evoluído mais nos últimos anos. Temos agora o advento da aerodinâmica, que também tem evoluído muito rapidamente, mas apesar de ser difícil e cara de se obter também, talvez ainda perca para a eletrônica.

Na época dos motores 2T de 500 cc a eletrônica era pífia, um quase nada. Motos carburadas, com cabos e apenas e talvez um servo motor para atuar nas válvulas de escape, à lá YPVS.

Com a chegada dos motores 4T, injetados, da telemetria avançada com seus inúmeros sensores, o bicho começou a pegar. Hoje, a eletrônica controla a moto de uma maneira que seria impensável no início do MotoGP.

Tudo é controlável, tudo é medido, tudo pode ser mapeável. Quase tudo, porque em mais uma medida para segurar os custos, a Dorna introduziu a central única.

Antes disso, quando era cada um por si, a Honda tinha até um torsiômetro integrado aos seus eixos de transmissão, capaz de medir as potências exatas que estavam disponíveis na roda e no motor, em tempo real.

Hoje mede-se, e usam-se os dados das suspensões (temperatura e deslocamento), dos pneus (temperatura em diversos locais), dezenas de sensores nos motores para acessar diversos mapas de potência, gps para localizar a moto na pista, atuação das suspensões.

Os motores podem ter ajustados a sua potência, a curva de torque, anti-empinada, sistemas de largada, limite de velocidade no pit lane, controle de escorregada lateral, mapeamento de acelerador, controle de consumo e mais um monte de coisas que nem sabemos.

O bom é que neste caso, a maioria destes controles já estão equipando as motos esportivas de rua mais caras. Só assim para conseguir andar com uma Panigale de mais de 200 cv’s sem ser um puta piloto.

A vencedora da concorrência para fornecer esta ECU única foi a Magneti Marelli, que já usavam a Yamaha e a Ducati. No início a Ducati levou vantagem nisso, pois além de falar italiano como os fabricantes, tinha uma equipe maior, com mais experiência e competência no ajuste desta central, que é considerada de menor capacidade do que as que a Honda, por exemplo, estava usando. Ou era no início, porque ela também está evoluindo. A cada ano os fabricantes podem sugerir mudanças e acréscimos no software e hardware da ECU, que, se possíveis, são realizados, mas ficam disponíveis para todos.

Li outro dia que a Yamaha fez grandes contratações para sua equipe eletrônica para 2021, tirando técnicos da Ducati e que isso está fazendo muita diferença na equipe. Imagino.

Esta eletrônica toda é quase mágica. Não é totalmente porque o projeto mecânico do motor impõe limites, mas com os motores lacrados no início do campeonato, as equipes tem que se virar com ela, já que não podem mexer no projeto e peças do motor durante todo o ano.

Tudo isso tem que funcionar sozinho, porque o regulamento proíbe comunicação da moto e seus computadores com o box, para ajustes e modificações.

Tem funcionado bem, após uma certa chiadeira, principalmente da Honda, que estava bem avançada, todos estão mais ou menos felizes, até porque a Honda não parou de ganhar quando mudaram a ECU.

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestas em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

Deixe seu comentário!

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.