BMW G 310 GS!

Meus amigos, tudo bem com todos? Espero que todos os problemas causados por esta emergência de saúde em que fomos envolvidos não venham abater a nossa vontade e o nosso prazer de curtir nossas motocicletas.

Este fim de semana passei curtindo e avaliando a “mini” GS, a G 310 GS, mas que todos chamam de GS310. Curti!

Eu estava outro dia na rua, de carro, e parou ao meu lado uma destas. Chamou minha atenção e lembrei que eu nunca tinha andado com uma. Sempre tive esta vontade e curiosidade, mas por algum motivo, eu nunca me mexi para resolver. Desta vez me mexi, liguei para o Mario e logo depois o Guilherme da Autokraft, que prontamente disponibilizaram seu bebê preu andar. Tinha tempo que eu não ia na loja… continua linda e a linha de motos impressionante, todas tetéias (menos as GS grandes que são brutas e não devem gostar de serem chamadas de tetéias). A nova S1000RR todinha mudada, também não tinha visto pessoalmente. Linda, uma tetéia.

Chave na mão, foto com o Gui, nenhuma recomendação necessária e parti para o lindo dia de sol com a minha filha Joana na garupa.

Foto Autokraft
Mascarados do bem. Eu e Guilherme Hachiya na Autokraft

A moto é alta, logo de cara dei uma joelhada no banco para subir, tem que levantar bem a perna ou subir como cavalinho. Partida fácil, comandos bem normais (o que quer dizer “japoneses”), posição de pilotagem excelente. O guidon é largo e bem sólido, dá um controle muito bom, embora no meio dos carros requeira atenção. O painel é simples de design mas completo nas infos que fornece. Dois trips parciais, temperatura, indicador de marchas, relógio, gasolina, contagiros, velô e lâmpadas de alerta. Discreto.

Painel Discreto

A aparência do “cockpit” é dominada pela visão do tanque com as abas, e a carenagem dianteira e seu micro parabrisa, quase um Bikini fairing. Certamente deve ter uma parabrisa mais alto para uma levada touring. Se eu fosse a BMW eu capricharia mais na bomba de freio e manetes. É uma moto premium e estas peças estão simples, nunca saem do campo de visão do cara que está pagando tudo, o dono. As vezes um detalhe de design bacana na traseira da moto fica invisível para o dono para sempre. Por isso sempre acho que tem que caprichar nas peças ali no campo de visão do piloto. As manoplas são ótimas, a altura também, altinha mas no ponto certo para mim que tenho 1,74 m. Sem andar um único metro eu já me senti em casa e bem instalado. Minha filha subiu na garupa e deu prá sentir ela bem firmezinha de amortecimento, uma característica bacana que depois se confirmou, ela fica bem equilibrada com o garupa.

Esbelta mas encorpada. Bom tamanho.

Ligando e saindo com a moto, o motor é de cara meio decepcionante. Silenciado prá caramba, quase se escuta mais a  admissão do que o escape. Sai redondinha, mas meio sem tesão, sem barulho. Na hora desconfiei que os bons 34 cavalinhos estariam em giros mais altos e é verdade, fui depois ver a ficha técnica e vi que eles estão nos 9.200!!

Passei o dia passeando com a Joana pela orla, raramente passando dos 60 km/h e a moto revelou-se um prazer nestas condições. Não reclama de andar devagar, não esquenta, bebe pouco, é silenciosa para conversar, atura os buracos com firmeza adequada, é ágil e a relativa falta de disposição nos baixos giros facilita uma tocada tranquila e sem cabeçadas e batidas de capacete. Rodei uns 60 Km de orlas e minha filha adorando. Eu também, estava um dia lindo e eu desfilando com classe alemã, sem fazer força alguma.

Parada Estratégica para o clássico mil folhas!

Hoje deixei ela em casa e parti para um rolé sozinho, para acelerar e aprender mais sobre a moto. Tive uma festinha de estragação na noite anterior e não me senti apto para ir longe.

Graças a Deus nasci e moro no Rio de Janeiro onde é possível fazer rolés incríveis dentro da cidade. Convidei meu amigo Thomas com sua Lander para ir comigo. Primeiro porque ele é doido para ter uma GS destas, seria uma oportunidade para ele conhecer, e segundo para ter uma comparação. Juntos fomos para a Floresta da Tijuca.

Indo encontrá-lo, pude acelerar mais a moto e de fato, passando dos 7 mil a moto fica bem mais nervosa, o som do escapamento afina e a potência fica bem mais evidente. O cambio é preciso, de engates curtinhos, cliques gostosos e não é difícil ficar pulando no pedal para manter a moto apitando. Acostumado que estou com V2 de grande cilindrada, onde o torque aparece logo nos 3 mil, estou meio enferrujado para manter motores acima de 7 mil. Mas esta GS310, para ficar forte, tem que fazer girar. Girando, fica forte e arisca.

O Motor brabo. Reparem na descarga atrás. Duplo comando, 34 CV’s é boa potência.

Não falei ainda da melhor coisa que achei da moto, o equilíbrio. A danada é boa de curva como um demônio de 310 cc… telepática, levinha, bem suspensa, é muito bem centrada de chassi. A suspensão leva porrada com a moto deitada sem sacudir, controle muito bom. Os pneus tem medidas grossas e excelente grip. Repetindo o que eu disse acima, ela continua boa com garupa.

Subi a Estrada das Canoas sem correr, mas entrando lançado nas curvas e mesmo sem girar muito, ela foi capaz de subir rápido, sem bater pino (usei gasolina barata) de quarta!!! Muito bom para uma 310 com potência máxima em 9.200 giros. Isso demonstra um mapeamento e uma eletrônica top no gerenciamento do motor. Em alguns momentos acelerei mais forte e ela não perdeu a compostura. Já deu vontade de andar com a sua irmã G310R, pois segurando pelos chifres deve ser divertido fazer o motor apitar e deitar em curvas. Mais feita para isso. O motor “virado ao contrário” fica ali meio escondido e respira muito bem, assopra que é uma beleza, mas merece uma descarga com um ronco “mais presença”. Gosto de motos silenciosas, mas acho que caberia um tico mais de ronco.

Na Floresta, para quem conhece e se interessa, subi pela Estrada do Soberbo, um recanto esquecido e desconhecido da Floresta, saí no Enchanted Valley, descendo pela Estrada do Açude. Não teve terra, eu estava preguiçoso, mas teve subidão, curvas estreitas, piso ruim, vistas legais e centenas de curvas.

Ao fundo Pedra da Gávea. Estrada do Soberbo.

Concluindo a rápida avaliação, gostei muito. Acho que todos os donos de outras BMW’s, inclusive os carros, kkkkk, e principalmente os donos de GS1250 deviam ter uma G310 destas para o dia a dia. Muito melhor do que gastar pneus caros, gasolina cara, peças caras, sofrer com peso e calor para ir ali no meio do transito. É matar mosquito com canhão. E tira onda quando alguém fala que é tipo uma Mini GS e vc pode falar que tem a irmã mais velha mas que só usa para viagens. Já é fã da marca, do estilo, é inteligente ter duas armas para dois tipos de alvos diferentes. Acho um must.

Para os amantes da marca que querem entrar, é uma entrada sensacional e competente. Para os usuários em geral é mais complicado um pouco, porque paga-se um preço premium e a entrega técnica é parecida. As opções japonesas são competentes também, são bem feitas também e mais baratas.

Mas não são BMW, não se parecem com GSs, e isso tem que custar alguma coisa. Toda a experiência de possuir uma BMW, passando pela revenda/templo, pelo Guilherme, pelos acessórios, pelo charme, é premium e a moto tem qualidades para estar onde está. É bonita, elegante, tem cara de valiosa, performa bem.

Se eu fosse BMW eu mudaria para 2021 a bomba de freio dianteiro, com reservatório externo e transparente, botão para mudar funções do painel no guidão e piscas de Led. Só. De resto achei tudo nota 10!

Obrigado Autokraft, vamos testando todas, o Motozoo® agradece.

Mário Barreto.

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestas em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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