Meu colecionador favorito, o Bernardo, me convidou para um rolé até Três Rios. Sim! Tenho vários colecionadores amigos e o Bê é favorito porque sempre me convida para andar com suas belezuras. O Guaraci é também querido, mas não me empresta suas motos para andar!!! kkkkkkkkkk.
O Bernardo iria buscar sua querida GL 1000 Gold Wing e deixar sua também querida NightHawk 750 na mesma oficina, para revisão geral. Para não ir sozinho, ofereceu-me sua semi-relíquia Yamaha FZ 1. Depois que ele me emprestou sua 550 Four e achou que eu esgoelei a bichinha, ele tem andado reticente em me deixar andar com as relíquias!!!
Semi relíquia porque a moto tem só 16 anos de pouco uso.
A Yamaha FZ1 2007 é uma FZ de segunda geração. Teve uma primeira geração carburada, com quadro de tubos que nós não vimos por aqui. Esta FZ de segunda geração, FAZER na Europa, nós tivemos por aqui em mais quantidade. Meu amigo Bebeto chegou a importar algumas (5) e vendeu todas com facilidade. A moto é bonita até hoje, envelheceu muito pouco no design e no desempenho. A eletrônica é que ficou antiga. É moto de macho, não tem nenhum auxílio eletrônico e nem ABS. E o painel é quase de Mobilette, não tem nada.
Estas 5, que vieram dos EUA para vender aqui, saíram que nem água. Inclusive o saudoso amigo, publicitário e comandante Marcos Calvi comprou uma delas. Alexandre Risso, o Cabeludo, também teve uma. E eu nunca tinha andando nelas.
E que tal? Um foguete. A moto é uma R1 detunada, com flywheel mais pesado e comando de válvulas mais manso, com duração de fase mais curta, para dar mais baixa e média. Todo o resto é baseado na R1, como o quadro, as suspensões e os freios monobloco Sumitomo.
O resultado não poderia ser outro, a moto berra e entra em órbita se você acelerar com vontade.
A posição de pilotagem é bem confortável, apesar do Bernardo dizer que detesta o guidão, eu achei ótimo. Tudo na pilotagem é firme, preciso e gostoso, como só poderia ser em uma moto que tem 150 CV’s com folga. A caixa de câmbio é um relógio suíço, o conjunto de quadro e suspensões muito firme e acertadinho. Apenas os freios estavam ruins, alguém passou alguma coisa nos discos e eles estavam pretos e escorregadios. As pastilhas devem estar sujas e estragadas, o freio muito ruim mas a fama das pinças monobloco de R1 não é essa. Terá que desmontar e limpar.
Mas não peguei a moto para frear e sim para acelerar. Na maior parte do tempo segui a bicheira velha do Bernardo mas em alguns momentos meti a mão para pilotar a moto. Insano. A moto parte de sexta mesmo e 100 km/h para 250 km/h em questão de segundos. Berra como uma louca, não vibra nada, quase não faz barulho e tudo fica logo logo muito perigoso, porque o som que sai das descargas é inebriante. O piloto fica hipnotizado pelo som e potência e para dar merda é um tiquinho de nada. Atenção molecada, anda e não tem controle de tração e nem ABS, é para quem tem experiência.
O cabeçote dela é o famoso cabeçote tipo Gênesis de 5 válvulas por cilindro, logo ela tem 20 válvulas. O motor respira bem na admissão e gosta mesmo de andar nos altos giros. Mas vai super bem ali pelos 4 mil. É uma injeção perfeita, andando com gasolina comum e sem esquentar nada. Algumas R1 desta época tiveram problema de aquecimento, esta FZ1 não tem nada.
A viagem para Três Rios é uma delícia, a BR-40 é sempre show. Três Rios não tem uma beleza extraordinária mas para mim é uma cidade que trás grandes recordações. Quando mais novo era meu destino mais longe, não sei porque, e fui lá diversas vezes com todas as minhas minhas motos velhas, exceto a RD50.
Bernardo trocou de moto e na volta paramos em Itaipava para um pão de queijo com cervejinha. Tudo muito bom.
Obrigado Bernardo por mais este rolé e cuida bem da sua FZ, é um motão. Vejam o álbum de fotos abaixo.
Que rolê maneiro!