Multistrada: nunca um nome poderia ter sido mais adequado para uma moto destinada a deixar a sua marca como poucas outras na história da Ducati. Uma dinastia que completa vinte anos em 2023: vinte anos de tecnologia inovadora, performance, emoções e aventuras para contar.
Poucos sabem, pois afinal fiquei pouco mais de duas semanas com ela, mas minha primeira Ducati foi uma linda ST2. Fiz um negócio na Rio England, um rolo com a minha Suzuki TL1000 mas que no final teve que ser desfeito e a ST2 foi embora. Minha segunda Ducati então foi a Multistrada 620 preta, com a qual rodei mais de 50 mil quilômetros, fui duas vezes a Argentina, uma vez ao Chile e dezenas de outras viagens sozinho, com o ForzaRio e com os Pollos Voladores. Depois tive outras, posso dizer que tenho bastante experiência com Ducatis e com Multistradas.
Uma moto adorável e que só me deu alegrias. Arrependo-me de ter vendido e posso até comprá-la de volta, pois o Adriano abandonou ela aqui no Brasil, mudou-se para os EUA e de vez em quando me oferece ela de volta.
A Multistrada nasceu em 2003 com o objetivo de oferecer uma Ducati versátil e desportiva, capaz de enfrentar qualquer terreno com a máxima segurança e solidez. A primeira versão da moto foi a Multistrada 1000 DS, ponto de partida de uma família que continuou a evoluir ao longo de quatro gerações, a mais recente baseada nos motores V2 e V4 Granturismo.
A 1000 DS, de Dual Spark tinha como maior problema o seu intervalo de manutenção, muito curto. A 1100 DS, com o motor novo que foi usado também na Monster 1100 era muito melhor. Considero este motor desmodue 1100 o melhor deles, o menos estressado, o mais redondo e gostosinho de todos.
O design de Pierre Terblanche é muito criticado. Disse ele que inspirou-se nas locomotivas inglesas do início do século XX e alinhou os faróis um em cima do outro, como na também mal amada 999. Mas o que incomodava mais era a carenagem fixa e dividida em duas partes, onde o centro não virava. A galera pirava. Questão de gosto, eu me acostumei e passei a curtir, embora também tenha estranhado tanto a 999 como as MTS.
O forte do design de Terblanche era a sua eficiência. As 999 foram bicampeãs do mundo no WSBK, coisa que a linda Panigale V2 nunca conseguiu ser. Eram eficientes e, outra característica do seu design, tinham como meta economizar a quantidade de peças… Segundo ele, menos peças (30%) é igual a menos possibilidades de falhas, maior rapidez na construção e menor estoque. Eram peças mais complexas de desenhar e fabricar, porém mais fáceis de montar e manter.
Ao longo dos seus vinte anos de vida, a Multistrada trouxe consigo uma rica história de inovações e evoluções tecnológicas que redefiniram os padrões da indústria motociclística, afirmando-se, geração após geração, como a companheira ideal para todos os entusiastas que gostam de descobrir o belezas do mundo e vivenciar cada viagem em relação à paisagem circundante e à estrada, sozinhos ou em pares.
Entre as inovações mais importantes introduzidas pela primeira vez graças à Multistrada que certamente devem ser mencionadas estão os Riding Modes do modelo 2010, uma solução hoje difundida na maioria das motocicletas de alta e média gama. Pioneirismo mundial que fez a MTS ser mais multi do que nunca. 4 motos em uma, era a sua publicidade na época. E funciona, pois até hoje os riding modes da Ducati são para mim os que fazem mais sentido, pois mudam bastante a moto. Os dos outros fabricantes que testei, são todos mais sutis, o que eu acho uma bobagem e desperdício. Tem que mudar muito a moto, como as MTS.
A Multistrada V4, referência tecnológica do fabricante bolonhês introduzida no mercado em 2020, foi na altura a primeira moto do mundo equipada com radar dianteiro e traseiro. Uma solução que permitiu introduzir os sistemas Adaptive Cruise Control (ACC) e Blind Spot Detection (BSD), que melhoram o conforto e a segurança de condução. Também no mesmo modelo, a Ducati apresentou a solução Phone Mirroring, que transforma o painel de instrumentos num navegador de mapas de cores, mantendo visíveis as informações necessárias para conduzir a moto.
A Multistrada V4 também apresenta intervalos de manutenção de referência, com verificações de folga das válvulas definidas a cada 60.000 km. Todos os modelos da família contam com a garantia exclusiva “4Ever Ducati”, válida por 4 anos com quilometragem ilimitada apenas na Europa, não vale aqui no Brasil.
Para comemorar o vigésimo aniversário do modelo que mudou a história do fabricante sediado em Bolonha, a Ducati organizou uma exposição temporária intitulada “Multistrada 20th – Vinte Anos de Exploração Evolutiva” no seu Museu.
Os entusiastas podem admirar de perto dois dos modelos simbólicos da dinastia Multistrada. Por um lado, a primeira Multistrada 1000 DS, que encarna a visão e inspiração inicial da criação desta família de motos, e por outro lado, a mais recente Multistrada V4 Rally, que sintetiza plenamente o caminho de inovação e evolução que o modelo passou nos últimos vinte anos.
A exposição é enriquecida por um pequeno documentário que, através de imagens e testemunhos, traça a história e a evolução que caracterizou este incrível modelo, desde a sua introdução até às versões mais recentes.
A exposição especial “Multistrada 20 – Vinte Anos de Exploração Evolutiva” permanecerá aberta até ao início de outubro com o mesmo horário de funcionamento do Museu Ducati, de segunda a domingo das 9h00 às 18h00 e encerra às quartas-feiras.
A Multistrada será uma das protagonistas da Ducati World Première 2024. Após o primeiro episódio dedicado ao Ducati Monster 30° Anniversario, cinco outros compromissos, de 19 de setembro a 7 de novembro, irão revelar tantas novas Ducati modelos da linha 2024 quinzenalmente.
Todas as informações sobre como visitar e reservar estão disponíveis na seção dedicada à Experiência Borgo Panigale em Ducati.com.
A história da Multistrada também é ilustrada no artigo Dinastia Multistrada no site da Ducati.
Para mais detalhes sobre a família Multistrada, visite a página dedicada no site da Ducati e o perfil do Instagram @ducatimultistradav4.