Meus camaradas! Falei hoje com o Edilberto Barboza, ducatista do tipo quase fanático, kkkk, ex-Presidente do Ducati Clube do Brasil. Gente boa no último furo, companheiro de viagens, um dos Pollos Voladores!
Papo vai, papo vem, ele me contou que esta semana venderam para um colecionador paulista, a belíssima e rara Ducati 916 SPS que conhecemos muito bem aqui no Rio.
Foram fabricadas apenas 300 unidades desta moto, uma tradição da Ducati fabricar estas séries numeradas.
Estas SPS foram unidades especiais de homologação para o SBK. As 916 foram tunadas para 955 mas o bloco não aguentava, rachando, quebrando. Então a SPS tinha um novo bloco, reforçado, válvulas maiores, pino de virabrequim com tungstênio, uma nova ECU e bicos de injeção duplos de alta pressão. Oto patamá. Um comando todo novo e diferente, ajustado ao virabrequim mais leve, prá girar. Como tudo isso deu uma falta de inércia em baixa, encurtaram a caixa, usando os valores da 748. Tanto que a nova sexta era igual a quinta da 916.
Tudo isso deu uns 20% a mais do que a 916, uns 10% a mais do que a SP. Mesmo assim isso não a fazia a mais potente da concorrência no dinamômetro, mas na pista era a mais ágil e nervosa! Na ordem 916->916 Biposto->SP->SPS. Até o lançamento do Testastretta na 996R, era o melhor que se poderia ter na Ducati. Preço de 25 mil dólares no lançamento, em uma época em que uma Honda 1000 custava menos de 10 mil. GRANA PRETA.
Este exemplar, provavelmente único na América Latina, foi trazido ao Brasil pelo brodaço Bebeto, ex-piloto e importador de artigos finos com a saudosa Tanalot.
Bebeto trouxe dezenas de Ducatis nos anos 90, e este modelo em especial ele trouxe para o seu uso.
Pedi para ele falar algumas palavras sobre ela:
Bebeto -: “Eu tinha uma Ducati 916 e lia muito sobre as 916 SP. Essas motos só eram disponíveis na Europa. Um dia um amigo meu belga, Bart Crawels, que tinha uma revenda Ducati em Aarschot me falou que conseguiria uma 916 SPS. A 916 SPS era uma Ducati 916 com o motor 996. Elas foram fabricadas para poder homologar o modelo para correr no Mundial de SBK. A exigência para o modelo não ser considerado protótipo era a de que existissem 300 modelos de rua. E assim foi feito eu comprei a modelo 230.
A frente era fantástica e eu troquei a suspensão dianteira Showa por uma Ohlins. A frente tinha uma regulagem do caster. Você andava em cima da suspensão.
Andei na pista com ela, cheguei a fazer uma corrida no Rio. Andei umas 3 voltas na frente mas depois ela teve um problema no motor e parou. Passado muito tempo acabei vendendo ela para o Aziz, que depois vendeu ela para São Paulo”.
Estas lindas fotos foram produzidas em São Paulo recentemente. O Fotógrafo é o André Santos, especialista em fotografia automotiva. Seu novo dono está montando uma coleção e prometeu que é do tipo que mantém as motos funcionando e em ponto de uso!
Curta aí, ela é linda, rara, é uma papa fina.
Mário Barreto.