MotoGP Le Mans 2019

Meus amigos, eu tenho andado muito displicente com os treinos para as corridas. Infelizmente não tenho tido tempo para análises detalhadas de tudo o que acontece nestes 3 ou 4 dias de um GP. É o maior barato, mas dá muito trabalho. Nos tempos de RioGP, quando minha participação era muito mais profissional e dedicada, eu estudava uma enorme quantidade de informações técnicas extraídas do sistema de cronometragem e informação do GP, além de outras reportagens e releases de imprensa. Fazer um bom e completo trabalho é intenso, e toma um tempo enorme.

Vejam como o Fausto e o Guto melhoraram ao longo dos anos. Agora ainda mais, pois com as viagens e gravações “in loco” eles acabam conhecendo pessoalmente uma monte de gente que vira fonte, contato. É uma maneira muito legal de trabalhar, pena que a cobertura jornalística para o assunto é praticamente limitada ao SporTV, e as vagas já estão ocupadas!!! Hahaha.

Dito isto, não tenho o que falar hoje sobre os treinos, apenas sobre a corrida. Acho que ela começou bem animada e emocionante, mas que a partir da metade ficou decidida.

Marc Marquez largou bem, um clássico, e tomou a ponta virando rápido, mas no mesmo pace dos seus perseguidores. Pista meio molhada, pneu macio na frente, uma opção que ele pouco usa, moto com o tanque cheio. Isto tudo gerou nele a necessidade de sentir a moto, a pista e o tesão dos competidores. Embolou um pouco e ficou bom. Especialmente porque Miller vinha coladinho, pendurado na moto e uma hora inclusive foi capaz de pegar uma incrível “linha foda-se”, muito rápida e arriscada, passando Marc por fora, e a milhão. Tanto que passou e imediatamente abriu um tiquinho. Mas foi tão arriscada que ele só fez uma vez, hahaha, e Marc recuperou também imediatamente. E inclusive Marc fez a mesma linha na volta seguinte. Marc é corajoso e confiante demais. Jack Miller também, eu preferia ele do que Petrux na Ducati de fábrica. Talvez por isso a Ducati escolheu Petrux.

Os que me acompanham sabem que peguei birra com Petrux por conta de dois episódios que envolvem o Rossi. O primeiro foi no GP da Holanda, quando no molhado ele tinha total condição de vencer, mas respeitou o amigo Rossi e jogou fora a sua melhor chance de vitória no MotoGP até hoje. Achei bundão. Depois, naquela corrida em que o Rossi foi punido pelo coice e largou de trás, ele foi porta voz de uma galera que queria ir abrindo para o Rossi passar. Ele mesmo inclusive abriu escandalosamente para o Rossi passar na corrida. Bundão de novo. Os Deuses das Corridas não perdoam e este nunca vai ganhar uma corrida.

Hoje ele andou bem, errou e teve forças para voltar e empurrar Dovi. Tenho certeza de que ele não passou Dovi por conta de ordens internas do box. Paolo Ciabatti deixou claro que a divisão e competição interna que tivemos ano passado entre Dovi e Lorenzo não seriam permitidas este ano. Dovi era o mais lento dos três, mas ficou em segundo. Já Miller eu acho que apertaram o botão “engasgate” no box, hahahaha. A moto deu um vacilo justo apenas para que as de fábrica passassem ele, ele reclamou da moto, mas ela ficou boa logo depois… hahaha, isso é proibido, mas parece né?

Depois temos o terror da Yamaha, pois o Rossi foi novamente a melhor Yamaha na chegada… Assim não dá para botar equipe nas costas do Viñales. O espanhol treinou rápido, classificou mal e largou pessimamente, como sempre. Ele larga muito mal, se complica. Hoje caiu sem culpa de primeiro grau, mas de segundo grau. Tivesse andando na frente, não ficaria a disposição de uma barbeiragem do Bagnaia…

Depois temos que notar a incrível posição da KTM de Pol Espargaró, uma espinha imensa na garganta do Zarco. As Yamaha satélites andando bem, Quartararo fez a melhor volta da prova e andou horrores, vindo detrás. Lorenzo e Crutchlow andando mal. A Honda só anda na mão do Marc Marquez.

Aprilia e Suzuki quase que faltaram neste GP. Sem brilho.

O resultado até agora é que Marc Marquez domina de maneira implacável o campeonato. Não tivesse caído de bobeira em Austin, estaria folgado na frente e mesmo com tantas e boas Ducati na pista, ele sobra. Não tem prá ninguém. Parabéns ao HRC pelas 300 vitórias.

Abraços
Mário Barreto

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

Um comentário em “MotoGP Le Mans 2019”

  1. O fato é que Rossi manda na Yamaha. Ele apostou nos slicks no Q1 e se deu bem. A pista piorou mas 3 Yamahas saíram de slicks no Q2 e perderam o melhor momento da pista.
    Viñales que esteve sempre entre os 3 primeiros largou de trás, largou mal (Deus me livre chegar no meio do bolo na primeira chicane) e acabou atropelado pelo Bagnaia (a segunda vez no ano que um aluno da VR Academy o derruba). Resultado: o Cantinflas já está 65 pontos atrás do Marquez: bye, bye, taça de 2019.
    A lógica diz que será Marquez vs Dovi, que nunca saiu de Le Mans com tantos pontos e que vai bem na segunda metade do campeonato. Além disso, é o primeiro piloto da Ducati: Petrucci e Miller terão que respeitá-lo.
    A Suzuki está pagando o preço de ter dois garotos: quando as condições são perfeitas isso não faz diferença, mas bastou complicar o tempo que partem lá de trás. Mir, particularmente, chegou muito verde no MotoGP.
    Por fim, os irmãos Espargarò. Corridaça do Pol, que está com a KTM desde o início e consegue aproveitar bem as mudanças que estão sendo feitas na moto, e menção honrosa para o Aleix, que anda numa jabiraca muito inferior à concorrência e consegue ir direto pro Q2. Ianonne, com um tornozelo estourado desde Jerez, só fez figuração.

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