Bimota DB6R Delirio

Teste Bimota DB6RDepois de ficar um tempão sem postar testes aqui no Motozoo®, estou na mesma semana colocando 2 testes.

O motivo é o de sempre, preguiça de escrever.

Uma das coisas que eu mais curto é trocar de moto na estrada, ter (e dar) a oportunidade de conhecer outras idéias, outros equipamentos, outras maneiras de curtir as motos.

Hoje em dia, no nível em que as motos dos meus amigos estão, é difícil pegar uma moto ruim. Pode-se pegar uma motoca mal ajustada, um estilo que eu não curto muito, mas moto ruim mesmo acho que não existe mais.
Tenho andado em muitas motos mas não me animei a escrever um teste.

Mas com a Bimota é diferente né? É uma das motos mais exclusivas e caras do mundo, e se isso não consegue espantar a preguiça é caso de pendurar as chuteiras.

Esta Bimota, a DB6R é uma naked, D no nome por usar o motor Ducati e R no final para indicar que é uma versão mais especial ainda, cheia das fibras de carbono e que pesa 8 quilos a menos do que a normal.

Desenhada por Robbiano (http://www.robbianodesign.com), a moto é linda de olhar. Todos os detalhes são premium. Não há um só parafuso que não seja especial. O quadro, que mistura tubos em treliça como as Ducati e peças de alumínio é uma escultura. É a segunda Bimota que ando, pois já tinha tirado o selo em uma raríssima Vdue 500 anos trás, uma cortesia do Bebeto.

O motor é o DL1100 da Ducati Hypermotard, super “torcudo” e liso, mas não é o foguete todo que já estamos acostumados a acelerar. Empurra forte mas acaba cedo. Bem adequado para uma moto que não gosta de passar dos 180 km/h. Na estrada aproveitei para acelerar tudo na reta da refinaria e ela marcou no painel 219 km/h. Uma tortura completa que mantive por apenas alguns segundos. Parece que o pescoço vai ser arrancado, pois ela não tem nenhuma proteção aerodinâmica.

Na cidade ele se ressente do pouco jogo do guidão, e do calor que o cilindrão traseiro joga nas pernas. Andando é um demônio urbano. Pequena e o acelerador é como um botão de hyperspace, para quem é velho e jogou Asteroids entender. Basta acelerar e ela se desmaterializa no ponto A, materializando-se no ponto B. Coisa de maluco.

Além da beleza do acabamento, da sofisticação e exclusividade, o detalhe técnico mais deslumbrante dela é o peso. O peso geral, de apenas 168 kg’s, e o peso das rodas. Nunca andei em uma moto tão leve (desta cilindrada) e nunca andei em uma moto com rodas tão leves. Rodas leves são um upgrade caro, mas que transformam a moto.

Isso facilita demais o trabalho de pilotar . É uma bicicleta. Faz qualquer linha que vc imaginar e não tem a menor inércia para trocar os traçados. É só querer. Não requer nenhuma força, apenas olhar e o comando é mental. Como é muito curtinha e pequena, subir a serra com ela é uma brincadeira, pois são curvinhas travadinhas que ela nem toma conhecimento, ajudada pelo motor que também é perfeito para isso. O freio já é bom, segurando uma bicicleta ele fica ainda melhor.

Ela é tão pequenina e o lugar do piloto tão escavadinho no tanque que cheguei a ficar meio apertado para pular de um lado para o outro da moto. Fiz então a maioria das curvas sem mexer a bunda e consegui 52.8 graus de inclinação, de acordo com os dados do meu iPhone e o programa da Pirelli que mede isso. Muito bom!

Uma moto tão valiosa e cara, não dei um pau assim que colocasse o equipamento em risco, mas ela é tão fácil de tocar que a sensação é a de que vc está até meio lento.

O som da descarga Zard é cascudo e a embreagem seca um detalhe que sempre dá papo.

É uma moto adorável. Ela grita para quem chega perto: “Sou cara e exclusiva, cai fora”. Mesmo não sendo o maior fã das naked’s , esta deixou saudade e até perdôo descanso lateral dela. Uma bosta. Parece que italianos não saber fazer isso… descansos. Ou vai ver que descansos bons são feios e eles se recusam a fabricar um descanso feio… As Ducatis tem os seus descansos suicidas, a minha Aprilia quase requer um estudo de topografia do local antes de parar… Este da Bimota inclina tanto a moto que parece que ela vai cair. Detalhe…. Detalhe…

Agradeço ao dono da jóia, o Luis Henrique, a confiança de me deixar 3 dias com ela e vamos agora aguardar o retorno da Perfect Motors, mas a avaliação da revisão, hahahahahaha.

Abraços
Mário Barreto

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