MotoGP Argentina 2019

Meus camaradas, tirando a emoção de ver o Rossi mandando ver na corrida, o GP da Argentina não foi dos mais emocionantes.

Tive uma semana cheia e não pude acompanhar os treinos. Não sei porque as Suzukis largaram tão mal, não vi progresso nas KTMs e Aprilia. Lorenzo pelo menos passou ao Q2, raspando, e as Yamaha todas andando bem.

A pista lá é longe de tudo, mas é bonita. Dá uma raiva ver que eles conseguem ter 2 GP’s no ano, pois tem também o WSBK, e nós aqui ainda patinando. Não temos ainda um autódromo para isso. Que o do Rio de Janeiro fique logo pronto! Todo ano digo que vou lá conhecer, e de moto. Teve um ano que quase fui, consegui moto da Ducati, credenciais, mas na hora H o trabalho atrapalhou. Este ano nem isso, nem a vontade pintou.

Marc Marquez, que ano passado fez a maior lambança, mas andou para caramba, andou bem todos os dias, fez a pole e SUMIU na ponta. Na primeira volta já tinha 1 segundo de vantagem sobre todos. Disse ele que só acelerou forte mesmo durante 5 voltas, sua melhor volta foi a segunda ou terceira, virando 39 mole mole em quase todas. Chegou a abrir 13 segundos, um absurdo para MotoGP. É outro estilo né? Dovi jamais faria isso, pois Dovi “corre devagar” segurando todo mundo. Na última volta quase parou na linha de chegada mas ainda assim passou a mais de 9 segundos, o que é um recorde de diferença para ele. Podia, se quisesse, se marcasse pontos, passar com uns 15.

Lorenzo com a mesma moto fracassou novamente. Na largada deu uma de Maverick Viñales, largou de marcha ré e foi para em último. Se enrolou lá com os procedimentos de largada da sua RCV e a moto não saiu direito. Virou bons tempos depois, mas nada demais e foi o suficiente apenas para chegar em décimo segundo. Muito pouco para quem veste o manto de Doohan. Tem que melhorar muito mais do que isso.

Mas vamos agora falar de corrida, porque Marc Marquez passeou. Dovi se manteve em segundo, acossado por Rossi o tempo todo. Miller também fez uma graça boa, o que para ele vale muito, pois andou na frente do Petrux e chegou na frente do dele. Cal Crutchlow vinha bem e iria certamente pegar um pódium se não fosse a sua penalização por jump start. Dovi ali segurando geral para talvez no final dar aquele gás no motorzão da Ducati. Só que não funcionou, chegou o final e a Ducati sem pneus. Rossi deu um bote certeiro e não teve como segurar.

Valentino Rossi andou bem a corrida toda. Boas linhas, bons tempos, disputou curvas bem apertadas com Miller no início até poder se concentrar apenas em Dovizioso. A Yamaha melhorou bastante de motor e chassi, pois nessa pista que acaba com os pneus, a Yamaha chegou bem no final e Viñales até escolheu largar com macios. É bom ver o Valentino andar assim, mas é aquilo, isso arrebenta com a Yamaha. Viñales treina bem, mas larga péssimamente, Rossi chega na frente dele e assim vai dominando a equipe corrida por corrida. A Yamaha vai ter que largar Viñales se isso não parar de acontecer. Rossi está na pista para se divertir, dar show e alimentar sua imensa torcida. Viñales está na pista para ser campeão do mundo e vencer corridas para a Yamaha. Não está conseguindo.

Digno de uma nota imensa foi a corrida da Suzuki de Alex Rins, que veio lá de trás passando geral, barbarizando. Qualquer que tenha sido o seu problema nos treinos, foi resolvido. A Suzuki é a mais linda moto no grid e o Rins, em pé e retinho na moto nas curvas, me lembrou o Kevin Schwantz ontem. Deu uma passada dupla sobre uma Yamaha e uma Ducati que foi uma pintura.

Para variar, Marc Marquez sai da Argentina na ponta do campeonato, com a Honda liderando também o construtores, indo para o Texas, onde Marc nunca perdeu. Isso explica a cara de bunda do Dovi no final, a perspectiva  é chegar na Europa com muitos pontos de deficit para um Marc muito bem equipado, que certamente contará com a ajuda de Lorenzo, que cresce em pistas européias, atrapalhado também pelas Yamahas, que estão melhores. Contar com Petrux para frear isso é esperar demais dele, e Miller não tem esta obrigação toda.

Abraços, parabéns para todo o HRC e Valentino Rossi!
Mário Barreto

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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