Duelo à distância!

Estas corridas na madrugada são um pé no saco… o horário é muito ruim para nós sul-americanos. Ainda mais que antes, já depois de meia noite, tem o Q1-Q2, que também é legal e acaba que nós caboclos brasileiros não conseguimos dormir cedo para acordar as 4 da madrugada para ver a corrida. Depois até que melhorei, mas acordei um caco para assistir a Sprint Race de Mandalika.

Martinator tirou onda no Q2, saindo cedo, andando sozinho e pulverizando o recorde da pista para fazer a pole-position. Pecco conseguiu um quarto, bem atrás dele e a Formiga Atômica parecia estar em um fim de semana do tipo “caídor”, estabacou-se, não marcou tempo e largaria lá da quarta fila.

Veio a largada, Jorge Martin mais uma vez largou super bem, indo para a ponta e com Pecco em segundo, que também largou bem. Mas, no quesito largar bem, Marc Marquez deu aula, misturando com um pouco de sorte, e saiu de “dôzimo” para quinto logo depois da primeira curva. Escolheu uma linha mágica e ninguém entrou na frente dele, mó cagada.

Só que não teve nem graça, pois no campeonato paralelo que elegirá o Maior Vacilão do Ano, que está sendo disputado entre Martinator e Pecco Bagnaia, Martin marcou logo uma porrada de pontos, se jogando no chão no início da prova e indo para último.

Estes caras duelam como no velho oeste americano, de longe. Alguém lembra aí de uma batalha na pista, de um passa e repassa, de uma disputa de freada feroz, de uma ombrada, de um vácuo, de uma espremida, de um coice entre Jorge Martin e Francesco Bagnaia? Pois é, eu não lembro, eles disputam nos pontos contando com os vacilos de um e outro. Hoje, Jorge Martin tinha tudo para ganhar a corrida, voltou em último e mesmo com a moto ralada, veio passando geral e chegou em décimo, para marcar ZERO pontos, o que deixou com que Pecco descontasse 12 pontos de sua liderança.

Parece-me que o pneu duro que escolheram, junto com a característica dos pneus Michelin e mais a característica da Ducati GP4, fazem com que ela seja muito insensível, não dando feedback de limite ao piloto. Como ela ao mesmo tempo voa baixo, quando o piloto vai ver, não viu, não dá mais, ela sai de baixo na mesma velocidade em que vinha, alta. Jorge Martin andou misterioso dizendo que mudou algo na geometria da moto para melhorar isso, ao custo de ser menos veloz um tico, mas deixa eu avisar? Não funcionou, hoje o pneu parece que não esquentou o suficiente para a sua manobra na curva, e blau!!!!

Como disse-me vários GPs atrás o meu companheiro Andre Bertrand, e hoje ao vivo a Juliana (será que ela está lendo os Motozoo®?), parece que nenhum dos dois quer ganhar o campeonato. Um deles vai acabar sendo campeão e o outro levará o título de Maior Vacilão do Ano.

La Bestia fez a sua corrida de sempre, uma corrida que vai esquentando para o final. Marc Marquez estava ali tentando segurar uma medalha de prata mas bastou olhar uma única volta do Enea atrás dele que já deu prá ver que seria quase impossível de segurar. A atitude da GP24 está a cada dia melhor frente a GP23 em condições de pista seca. Normal, é a moto na qual a Ducati disputa o campeonato de pilotos, equipes e construtores, e a que evoluí ao longo do ano. La Bestia chegou, estudou e passou passando, sem nem precisar dar ombrada, o que para os fiscais agora é “normal”. Mais uma volta, Pecco estaria em dificuldades, pois Enea estava mais rápido e chegou pertinho.

Mais para trás foi encorajador ver novamente o desempenho e os sorrisos do grande campeão Fabio Quartarrarô, que está fazendo sua M1 andar de igual para igual com as KTMs, Aprilias e GP23 (Marc Marquez é outro departamento de GP23). Levou um chega prá lá do Morbidelli e perdeu tempo, senão chegaria nas cabeças. Ele nem liga, está tão feliz de estar andando ali onde está que tá tudo certo. E, digníssimo de nota, foi uma RC213V chegar em oitavo com o Zarcô. Para o HRC isso foi sensacional e dá um gás… Aos pouquinhos, gastando os tubos e usando as concessões, os japoneses estão voltando.

E que venha a corrida principal amanhã as 4h. Hoje vou tentar dormir mais cedo para acordar mais inteiro. Vamos apostar se vai ter algum vacilo amanhã?

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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