Pois é meus amigos, dia lindo hoje em Misano, pista cheia, contando até com a presença do nosso companheiro de ForzaRio e piloto André Aguiar, que está dando na cara da sociedade e desfilando em Lua de Mel pela Itália. Depois da Ligúria, Costa Amalfitana, um pulinho em Misano Adriático… tá ruim não. Até eu casava com este homem!!!!
Hoje começou emocionando com a cerimônia dos hinos. Uma linda cantora e um guitarrista começaram cantando o Hino da Sereníssima República de San Marino, com imagens lindas das montanhas. Depois, emendaram com o Hino da Itália e na hora exata, exatíssima, passaram os caças em formação de 4. De arrepiar. Não soltaram fumaça colorida como nos outros anos, porque não era a Frecce Tricolore, tudo leva a crer que eram caças da aviação naval italiana, pela cor dos aviões e porque tivemos no final uma demonstração de VSTOL com um AV-8B Harrier II, que certamente era da aviação naval. Lindo de morrer.
Parece sacanagem, mas na hora exata da largada, a NET deu pau aqui em casa, meteu uma mensagem esquisita em tela preta, deixou o som sem imagem. Fiquei putasso e até desligar, esfregar o cartão na camisa e religar, perdi a primeira volta. Quando voltou, Jorge Martin, o Martinator, já estava na ponta, sendo perseguido de perto por Pecco Bagnaia e Marco Bezzecchi. Um pouco mais atrás Brad Binder e Dani Pedrosa.
Pecco em um ritmo alucinante, que até as pedrinhas do autódromo sabiam que ele não iria conseguir manter até o final, mas a estratégia era essa, segurar o Martin se passasse por ele, ou induzi-lo ao erro. Melhor volta de Pecco e pressão total no trio da ponta, que abriu do Brad Binder um pouco. A Ducati Giallo, amarela, é linda. Cor de 748… um espetáculo.
Logo depois Binder caiu, o que não fez muita diferença, ele não estava vindo para cima. O pau estava mesmo lá na frente, com Pecco sentando a mamona o mais que aguentasse, com Bez indo junto, também com problemas físicos na mão esquerda, e Martin tendo que apertar sem um centésimo de descanso e sem poder errar. Martinator virou como um relógio, em 31 baixo o tempo todo, volta após volta até que finalmente, já depois do que eu esperava, Pecco cansou um tiquinho e Bez deu o bote, repetindo o resultado de ontem.
No finalzinho, Pedrosa começou a girar muito rápido e encostou. Sem disputar a corrida com ninguém, correu sozinho o tempo todo, sendo leve como uma pluma, certamente tinha mais pneus. Mas, como disse-me em mensagem de WhatsApp o grande colunista André Bertrand, Pedrosa bateu fofo… não quis vir para o pau com o Pecco.
No parc fermé vimos os três pilotos arrasados, muito cansados. Pecco parou e ficou na moto tipo um minuto criando coragem para tirar a perna de cima da sua GP23. Foi entrevistado no corner, como um boxer depois de levar porrada por 12 rounds. Quase sem voz. Bez também estava morto, com os olhos arregalados e falando da dificuldade que foi. Martinator deu entrevista melhorzinho, mas também chegou sacudido, foi muito pressionado a corrida toda.
Pedrosa fez uma corrida muito boa novamente, provando que está em forma e que esta molecada é boa mas não chega aos pés da geração de Rossi, Stoner, Lorenzo…
Tivemos um bom pega entre Miguelito Oliveira e Marc Marquez, e depois de MM com Raul Fernandes e Luca Marini. Marc Marquez largou com pneus macios e teve que rebolar no final para chegar onde chegou, sétimo, excelente posição para o seu momento. Quase uma vitória. O resto… nem vi na prova, com a pressão na ponta e depois das brigas do MM, não teve como mostrar os pegas do terceiro e quarto pelotão.
Brad Binder caiu, pegou a moto, botou um band-aid, bebeu um café, fez uma consulta com o médico, voltou para a pista e ainda chegou na frente do Morbidelli, patético. Marcou pontos e chegou só um lugar atrás do campeão Fabio Quartararo. O campeão Joan Mir caiu de novo e as duas outras Hondas fizeram penúltimo e último lugares na chegada, mais de meio minuto depois do vencedor. Patéticas.
Que venham as provas no Oriente… Hoje, de novo, Ducati 1, 2 e 3.