Pela sétima vez Marc Márquez venceu no Circuito das Américas, em Austin: desde 2013 ele só perdeu para o freio-motor da Honda, em 2019. Na minha coluna sobre o GP de Silverstone eu propus, como galhofa, um desafio para sabermos se o MM poderia voltar a ser competitivo: 45 pontos nas 3 corridas seguintes. Pois bem, nesse “mundialito” de Aragón/Misano/Austin ele ficou com o vice-campeonato, com 58 pontos. Ele vai disputar o título em 2022.
Aragon | Misano | Austin | |||
Bagnaia | 25 | 25 | 16 | 66 | |
Marquez | 20 | 13 | 25 | 58 | |
Quartararo | 8 | 20 | 20 | 48 | |
Enea | 10 | 16 | 10 | 36 | |
Mir | 16 | 10 | 8 | 34 | |
Miller | 11 | 11 | 9 | 31 |
O impressionante e constatar que Bastianini foi o 4º piloto que mais conseguiu pontos nessas três corridas, com uma Ducati 2019.
A corrida não foi emocionante. Márquez pegou a ponta na primeira curva, liderou correndo o mais devagar possível nas primeiras 5 voltas, depois fez uma sequência de voltas abaixo de 2´04”6 e já fechou a volta 11 com 3.5s de vantagem para o Quartararo, que, por sua vez, já tinha 1.3s para o Martin. Miller largou em 10º e já estava em 4º na volta 6, mas empacou na Pramac. Depois perdeu fôlego, talvez por ter escolhido o pneu traseiro duro, ao contrário da grande maioria que foid e macio. Bagnaia fez o inverso: caiu da pole para 6º, mas depois veio recuperando até conseguir o último lugar no pódio. Muito boa a corrida do Martin, que, a meu ver, foi punido injustamente, já que o Bagnaia tirou meio segundo de diferença naquele primeiro setor. É provável que o italiano o ultrapassasse de qualquer maneira, mas teria sido mais animada a disputa.
Três pilotos a destacar:
- Nakagami, que tinha um bom ritmo, caiu por ser impaciente, mas, em mais uma lonnnnga entrevista (esse japa é muito prolixo) ele chegou a dizer que tinha ritmo para desafiar o MM. Menos, né?
- Mir, que pela segunda prova consecutiva dá uma porrada no Miller nas últimas curvas da última volta e acaba perdendo duas posições (para o MM em Misano, para o Bastianini em Austin. O australiano deu-lhe uma enquadrada no caminho do box e o espanhol acabou punido.
- Rossi, que marcou um pontinho, mas está só cumprindo tabela. Andar menos que o Dovi e chegar tão longe do Quartararo é espantoso para um piloto com o talento dele. Só deu duas voltas abaixo de 2’06”: a 18º e a 20º, que foi a sua volta mais rápida em 2’05”914.
Teremos agora Misano II, Portimão II e Valencia. Pra mim, o francês será campeão no Algarve e Valencia pode ser a 3ª vitória do MM no ano.
Na Moto2 uma enorme mudança no campeonato, já que o Remy Gardner teve a sua primeira queda do ano e o Raul Fernandez ganhou a 3ª consecutiva e a 7ª do ano, igualando o recorde do Formiga. Agora apenas 9 pontos separam os pilotos do Aki Ajo e o australiano já não pode mais correr pra chegar em segundo. Fabio DiGiannantonio fez um ótimo 2º e Bezzecchi completou o pódio. Destaque para o comemoradíssimo 5º lugar do Cameron Beaubier, da American Racing. Tony Arbolino, que vai disputar o título pela MarcVDS no ano que vem, fez o 6º. Sam Lowes ficou pelo caminho por causa de um problema na moto e o Joe Roberts, que andou sendo sondado para ir para a Aprilia no final do ano passado, chegou em um distante 18º lugar. Ele caiu muito de desempenho nas últimas nove provas e ele corre com a moto campeã de 2020.
A prova da Moto3 foi a mais bizarra dos últimos tempos, com o resultado mais absurdo. A prova foi interrompida por uma bandeira vermelha na oitava volta, valendo a posição da 7ª volta para nova largada. O rookie Izan Guevara liderava. Dada a nova largada, a Gas Gas do Guevara quebrou com ele na liderança. O adolescente entrou fumegando nos boxes, chutando tudo o que havia pela frente. Só que um novo acidente, este, sim, assustador, interrompeu de novo a prova. Por sorte nenhum piloto ficou ferido, entre eles, o líder do campeonato. Aí ficou aquele larga, não larga, reuniões a porta fechadas e… resolveram finalizar a prova com o resultado da 7ª volta! O chutador de cadeiras foi declarado vencedor. Eu não entendo por que não usaram o resultado da volta anterior ao segundo acidente… para mim, é o que faria sentido. O campeonato deu uma apertada, já que a diferença do líder para o Dennis Foggia caiu pra 30 pontos com 75 em jogo. Considerando que o Foggia fez 70 pontos nas últimas 3 provas, contra 15 do Acosta… o espanhol vai ter que se esforçar mais.
Agora teremos algum descanso até Misano II, a Missão.
Olho na Bestia!
Até lá