VOLTAMOS À PROGRAMAÇÃO NORMAL

Deu Bagnaia na corrida principal e na liderança do campeonato, apesar da forte participação das KTMs tanto no sábado quanto no domingo. Parabéns ao time austríaco que passou a ser a segunda força das corridas, por incompetência da Aprilia.

Jerez é uma pista muito quente e a diferença de temperatura no asfalto entre a manhã e a tarde chega a 10°C. De manhã, pista mais fria é igual a mais aderência. À tarde o calor do asfalto torna a pista mais escorregadia.

Quartararo foi bem pelas manhãs e fracassou à tarde. O desalento do francês a cada vez que entra no box chega a dar pena. Ele conseguiu a façanha de se classificar atrás do Morbidelli em uma pista em que já foi pole quatro vezes. A Yamaha, que já foi a moto mais dócil do paddock, agora está ali, pau a pau com a Honda. As duas japonesas tiveram um fim de semana para esquecer…

A classificação foi daquelas complicadas, com a pista secando e os tempos baixando a cada volta. No final quem tinha os melhores pneus e passou segundos antes da bandeirada conquistou as melhores posições do grid. Alex Marquez era o P1 até 2′ antes do fim do treino: acabou em 12°. Pedrosa, que fez história ao liderar o TL1, conseguiu um respeitável P6, somando 3 KTMs nas duas primeiras filas. Espargaró botou sua Aprilia na pole. E foi só. Houve quatro largadas e ele foi engolido em todas elas. Culpou a moto, evidentemente, mas se a Aprilia tem alguma desvantagem técnica no launch control, as linhas que ele escolheu nas primeiras 3 curvas não têm nada a ver com isso…

Atualmente até o último parafuso do paddock sabe que as duas primeiras voltas são decisivas para o resultado final. Conseguir uma boa posição de largada e fazer o maior número possível de ultrapassagens enquanto todos estão embolados é 80% do caminho andado para maximizar o número de pontos. Naturalmente isso aumentou a agressividade dos pilotos, que está no nível de Moto3, só que com motos duas vezes mais pesadas e com o triplo de potência. No sábado Morbidelli derrubou Marquez e Bezzecchi, no domingo Quartararo botou Miguelito de novo no estaleiro (não deve correr em Le Mans).

Essas contusões estão atrapalhando um pouco o campeonato: Bastianini fez um esforço na sexta mas não aguentou as dores e se retirou do GP no sábado. Oliveira mostrou muito potencial no sábado e eu acreditava que ele ia se embolar ali com os líderes na prova mais longa. Está precisando de um banho de arruda e sal grosso.

Enquanto isso as KTM largaram como foguetes, assim como o Bagnaia, e o trio mandou nas provas de sábado e domingo. Martin andou bem, chegando em 4° nas duas corridas. Zarco está me parecendo muito pouco combativo. Um oitavo e uma queda… eu queria vê-lo com mais ambição. Bezzecchi perdeu a liderança do campeonato após um nono e uma queda e o Marini conseguiu o melhor resultado da VR46 com um 6° no domingo.

A Honda com chassi Kalex (dizem…)

Rins e Mir desapareceram. Assisti ao Lorenzo entrevistando o Mir e foi deprimente. Nos testes de hoje o Bradl usou o chassi Kalex até cair, por volta das 14h. Depois o Mir saiu para testa-lo mas teve um problema elétrico. Não dá para confiar em tempos de dias de teste, mas o Bradl ficou 1.2s atrás das VR46. O sofrimento da Honda vai continuar.

Quartararo fez um bom tempo no teste de hoje, mas é difícil saber se foi resultado das peças que testou ou da pista mais emborrachada. Ficou uma pequena esperança para Le Mans.

Na Moto2 houve a bela ressurreição do Sam Lowes, que não vencia desde 2021. Uma lesão no ombro quase encerrou sua carreira, mas ontem ele deu uma aula, deixando Pedro Acosta sem resposta para o seu ritmo. Foi muito bom ver o Ai Ogura competitivo de novo, após se recuperar de uma lesão no pulso. Tinha tudo para chegar em 3° ou 4° mas acabou caindo. Alonso Lopez, Arbolino, Canet e Dixon fecharam o Top6. Acosta e Tiger Tony estão empatados em 74 pontos.

Não foi um bom fim de semana para o nosso Diogo Moreira no Moto3. Ainda assim, salvou um 10° lugar chegando milésimos à frente do veterano Romano Fenati. Ortola venceu novamente, com David Alonso, o primeiro colombiano a conseguir um pódio, em 2° e o sempre favorito Masia em 3°. Ainda assim, Diogo continua na vice-liderança 4 pontos atrás do Holgado e 5 pontos à frente do Ortola.

Agora duas semanas até Le Mans.

Até lá

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

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