Vai ser bom, não foi?

Cinco curvas: foi o que durou a disputa pelo primeiro lugar no GP de Teruel. Tanto no FP4 quanto no WarmUp Nakagami e Morbidelli tinham um ritmo melhor do que todos os outros pilotos e eram os favoritos para a corrida, mas o japa não aguentou a pressão. Para a maioria dos pilotos é assim mesmo: somente os fora-de-série vencem após conseguirem a primeira pole. Aliás, na semana passada o Rins já dizia da dificuldade que é liderar uma corrida por muitas voltas. Não há referências: é o piloto, a moto, a regularidade, e, principalmente, evitar o pensamento na queda, porque no momento em que o sujeito pensa “não posso cair” é meio caminho andado para o chão. Mal comparando, é como o sujeito que vai bater o pênalti e pensa “não posso perder”: o gol fica pequenininho e o goleiro se agiganta. Babau…

Uma coisa interessante deste calendário de 2020 é a possibilidade de medir o progresso de equipes e pilotos que correm duas semanas seguidas na mesma pista. O pequeno aumento da temperatura permitiu tempos mais rápidos e a corrida foi quase 3 décimos mais rápida por volta, sendo concluída em 41’47″652 contra 41’54″391 da semana passada.

Quem ganhou e quem perdeu?

Morbidelli e as KTMs do Pol e do Miguel tiveram as maiores evoluções. Não incluo o Quartararo porque a primeira corrida dele foi afetada por um pneu dianteiro com excesso de pressão na largada, tanto que nem marcou pontos. Pioraram Viñales, Dovi e Crutchlow, este último se queixando de um problema físico no ombro.

Preocupo-me com as declarações extremamente otimistas do Quartararo, afirmando que as provas de Valencia e Portimão serão ótimas para a Yamaha. Quem costuma ter esse papinho “lei-da-atração” é o Viñales, que, de maneira geral termina o domingo culpando a moto, a equipe, os pneus, o vento…

Também me preocupo com o abatimento do Dovi. Ele deve estar contando os dias pra chutar o balde e nunca mais ter que cumprimentar o Gigi Dall’Igna. A moto pode ser ruim, mas ele também não está dando o máximo.

Foi o terceiro pódio duplo da Suzuki e pode ser que tenhamos um campeão sem vitórias. Elas devem andar bem no Ricardo Tomo, assim como as Hondas e as Yamahas. Alex Marquez poderia ter incomodado até o RIns, mas foi traído pelo pneu dianteiro duro na primeira curva para a direita. Ele mesmo disse que se empolgou pra tentar alcançar o Mir, depois de conseguir passar o carne de pescoço que é o Zarco. Ele e Nakagami devem vir mais fortes depois do apagão de domingo.

KTMs e Ducatis são incógnitas. As temperaturas baixas também serão um desafio e a próxima prova já pode eliminar alguns candidatos ao título.

Na Moto2, o Sam Lowes conseguiu a 3a vitória consecutiva. A primeira que não foi herdada, andando em um ritmo muito superior aos demais. Tornou-se líder do campeonato, e, com o apagão da dupla da VR46 (Marini e Bezzecchi), a disputa ficou entre ele e Bastianini, 7 pontos atrás. Só que a força moral está com o inglês e isso dá meio segundo por volta. 🙂

Na Moto3, o Albert Arenas perdeu o pódio na curva final, chegando em 4º. Ainda assim, ampliou sua liderança para 19 pontos sobre o Ai Ogura.

Daqui a um mês teremos três novos campeões. Uma semana para tomar fôlego e o pau vai comer. Até Valencia!

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

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