Teste Diavel Carbon

Meus amigos,

Conforme prometi no teste Motozoo® anterior, o da Hyperstrada, vou escrever agora sobre a Diavel Carbon, que também pegamos com a Ducati em São Paulo. O Secretário do ForzaRio DOC, Fernando Meirelles, foi comigo até Interlagos, e voltamos juntos pela estrada, trocando de motos e de impressões.

Fernando e a Diavel Carbon
Fernando e a Diavel Carbon

Quando a Ducati não pôde dispor da Hypermotard SP para o teste, ela perguntou qual seria o outro modelo que eu gostaria de testar e sem titubear pedi uma Diavel. Temos alguns membros do grupo com Diavel, a Ducati Rio tem uma Diavel para teste drive, mas incrívelmente, eu nunca tinha pilotado uma. Foi oferecido o “ride” diversas vezes, mas por um motivo ou outro, nunca rolou. Agora iria rolar.

Muitos torceram o nariz quando a Ducati apresentou esta moto. Eu não, achei corajoso entrar nesta área com uma moto diferente de todas as outras e sei que, nos dias de hoje, só uma linha mais completa de motocicletas é capaz de sustentar uma marca. Uma cruiser brava, motor realmente forte, pneu enorme na traseira e um jeitão de V-MAX. É uma Muscle Bike, embora a Ducati queira se afastar deste nome, para a Ducati é uma Cruiser. O fato é que fazendo apenas Monster’s e Panigale’s, a Ducati não iria crescer as suas vendas e ter dinheiro para se financiar. Por isso a linha cresceu e vai crescer ainda mais. É um modelo com vendas bem sucedidas.

Pneuzão da Diavel
Pneuzão da Diavel

Bem, mas voltando para a Diavel, a moto impressiona em sua construção, é bem feita, com peças caras, é grande, chama uma atenção enorme. “É a moto do Batman!”, gritam as crianças. “Nossa! qual é a cilindrada?”, perguntam os frentistas. Ele eclipsou completamente a Hyperstrada, tadinha, que é linda, é hyper, mas no quesito “presença” perde feio.

Até o Frango Assado da Carvalho Pinto, eu vinha só olhando a bruta e então pedi para trocar de moto com o Fernando. Finalmente eu iria andar de Diavel.

Confesso que a primeira impressão foi esquisita. A posição de pilotar completamente diferente, a suspensão traseira rígida, a falta de proteção aerodinâmica…demorei até achar um equilíbrio.

O maior receio de quem olha a Diavel é de que ela não curve bem, por conta do pneuzão, e por conta de que a V-Max era horrível neste quesito. Fiquem tranquilos, a Diavel faz curvas perfeitamente e sem fazer nenhuma força. Aliás, ela não faz força para nada, esta moto é puro motor. É forte demais. Já mais tarde na Dutra, saí de um abastecimento e decidi acelerar tudo mesmo, preparei-me para uma possível empinada. Mas a Diavel não anda prá cima… ela só anda prá frente. Sua distribuição de peso e o seu comprimento fazem com que ela acelere com uma pressão tal, que me deu um início de tontura. Sério, meu cérebro deu uma esmagada daquelas que tonteiam. É uma aceleração estúpida. São 164 cv’s.

Ela tem muito mais motor do que qualquer outra coisa, então não é fácil correr com ela nas velocidades que o motor empurra. E deve ser por isso que ela é dura de suspensão traseira, para não balançar nas curvas. E ela não balança, mas não é gostoso entrar com ela correndo muito nas curvas. Com o tempo de estrada eu encontrei uma maneira de andar rápido, um equilíbrio de acelerador e achei que o piloto tem que desenvolver uma tocada com atitude mais para a roda dianteira. No meu caso o feedback cresceu e a dureza melhorou ao passar pelos buracos “tirando a mão”, transferindo mais peso para a frente na hora das batidas. E nas curvas também, chegando no apex sem aceleração, deixando para afundar a mão quando a moto já está quase em pé de novo.

Chegando no Rio, e andando com ela por aqui, a estranheza do contato inicial já tinha sumido, mas nunca me vi comprando uma Diavel para o meu uso. É linda demais, é forte demais, mas é esportiva de menos, mesmo com um motor fortíssimo.

O cockpit é muito bacana, com os dois painéis digitais, embora eu sem óculos não enxergue mais os números menores. Outros repórteres reclamaram que ela não tem indicador digital de marchas, mas a minha, se tivesse, eu não conseguiria enxergar, hahahaha.

Os freios, uma beleza. O som, uma beleza. Quem quer uma moto boa, que chame muita atenção, com todo o prestígio de ser uma Ducati, fortíssima mas que não queira correr como um piloto, pode achar na Diavel a sua moto.

Os donos que eu conheço amam suas Diavel’s e a comunidade é mundial é bem ativa. Mas aviso, ela não gosta de buracos.

Abraços

Mário Barreto

Diavel curtindo a praia
Diavel curtindo a praia

 

Dupla dinâmica
Dupla dinâmica

 

Diavel curtindo praia 2
Diavel curtindo praia 2


 

 

 

2 comentários em “Teste Diavel Carbon”

  1. Otimo feedback Mario. Tenho a minha a quase 2 anos e realmente, o pneu traseiro assusta. Vc lembro qual o setup que vc teve do DTC? Tenho o meu em 5 em todos os modes (Sport, Turing, Urban). A Diavel só empina se tiver DTC em off (zero) ou 1.
    Vc mencionou 164 cv, porem aqui (USA) são 162.
    De resto, é tudo isto e um pouco mais!

  2. Não tem como ser mais imparcial e, principalmente, JUSTO do que isto ao falar sobre a Diavel. Estou do lado certo para opinar, tenho uma e concordando ou discordando disto ou daquilo a verdade foi dita com TODAS as letras; “É linda demais, é forte demais, mas é esportiva de menos, mesmo com um motor fortíssimo”, e o atual proprietário TEM que ter a humildade de reconhecer isto, e mais, esta é uma informação que jamais deveria ser omitida de um futuro interessado, tanto para não se desapontar, quanto para não denegrir a própria marca Ducati. Sim, “fortíssima mas que não queira correr como um piloto”. Dito isto, é a melhor moto do mundo (para quem assim a quer).

Deixe seu comentário!

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.