Como andam as coisas no MotoGP…

Pois é… quem poderia imaginar a situação que todos nós estamos passando? Só Bill Gates em sua premonitória fala no TEDx de 2015, assustador. Mas eu vi tudo e ele não falou nada do MotoGP!!! Hahahaha.

Bem, estamos todos tontos e sem saber direito o que fazer, mas nós só temos mesmo que esperar, quem tem que fazer alguma coisa  são as equipes, patrocinadores e principalmente a dona do show, a Dorna. E eles estão frenéticos nisso, falando com tudo e com todos, atacando todos os desdobramentos técnicos, comerciais, financeiros que o lockdown está causando.

Primeira coisa que não se sabe é quando vão recomeçar as corridas… Primeiro a Itália e agora a Espanha, estão sendo mais duramente atingidos pelo vírus. E o que não faltam são italianos e espanhóis no padock. A Dorna, empreendedora dos GPs é uma empresa espanhola. A maioria das equipes são italianas e espanholas. O calendário está meio que suspenso, evitando em falar em datas para não ter que ficar remarcando. Imaginem o prejuízo para quem se preparou o ano todo para uma prova… Se bem que teve um ano em que o RioGP perdeu e ninguém morreu, teve no ano seguinte.

Estão pensando também que será inevitável reduzir muito o número de provas. O contrato com a FIM exige que sejam 13 provas, mas já falam que diante destas circunstâncias  podem ser menos, umas 10… Ago já foi campeão em campeonato com 8 etapas, já teve campeonato do mundo com apenas 6 etapas… é uma bosta, mas acho melhor do que perder o ano e não ter campeonato em 2020.

Paolo Ciabatti da Ducati deu a idéia de fazerem corridas em dois fim de semanas seguidos na mesma pista, para agilizar e economizar.

E o papo da semana são as medidas para economizar e adaptar o MotoGP, e isso inclui Moto3 e Moto2 para os novos tempos que virão. No momento as equipes já estão em perigo, pois tem que pagar salários e outras coisas sem correr. Sem correr não tem dinheiro dos prêmios das ajudas, dos patrocinadores. Um horror. A Dorna está se mexendo para ajudar todos. Equipes pequenas talvez sofram mais, são menos financiadas, mas as grandes são muito mais caras. Com revendas fechadas em todo o mundo, mesmo as grandes marcas irão sofrer em suas vendas. Na crise de 2008 Kawasaki e Suzuki caíram fora, lembram? A questão é… o que pode e quanto pode a Dorna ajudar? E por quanto tempo?

Quanto as corridas, alguns países estão passando leis que proíbem eventos que atraiam muita gente… e o que é muita gente? Sem público? Só o padock reúne 1000 pessoas, é muita gente? Vale a pena fazer uma corrida sem público?

E os contratos de patrocínio e de pilotos… ficam valendo mesmo sem nenhuma ação? Os patrocinadores irão pagar? Tem alguma cláusula que pode impedir isso, tipo “catástrofes” ? Se não tem, vai passar a ter. Irão os pilotos receber certinho sem correr? Vai valer a suspensão de Iannone mesmo se não tiver corrida? São muitas questões né?

Hervé Poncharal

De certo a IRTA já concordou e está valendo uma congelada de desenvolvimento até 2022, ou seja, em 2021 não teremos desenvolvimento, para baixar os custos neste momento. Gigi Dal’Igna propôs a regra de moto única no MotoGP, mas Poncharal foi contra e muitos outros também, dizem que não é uma redução tão expressiva e o impacto nos tempos seria enorme, pois os pilotos teriam que não arriscar a perder a moto em um treino.

Outra coisa pensada foi a de reduzir o fim de semana de corrida de 3 para 2 dias, mas também não quer dizer que a redução valha a pena em grana. Poncharal foi claro, e ele é o atual presidente da IRTA, façamos tudo, mas não podemos prejudicar o espetáculo e a competitividade.

Para nós, é importante descobrir como esta crise irá afetar os planos do GP Brasil de 2022. Já atrapalhou um pouco o cronograma das obras, pois a audiência pública foi cancelada e ainda não foi realizada. Vou tentar uma entrevista com o Sr. Pereira Jr. e descobrir o que estamos fazendo no Brasil para contornar os problemas. Estas corridas na América são as mais caras do circuito, e em um cenário de diminuição de provas e economia, o nosso entraria na reta, acho eu.

Falei, falei, falei e nada disse de novo ou dei alguma data. Não há data, não há decisão. Todos em compasso de espera, pensando, calculando e planejando. Este ano eu acho que vai ser um campeonato terrível, ruim, anormal. 2021 também será estranho, mas nós já vimos CRTs na pista, já vimos uma moto correr com o nome Hayate no tanque, já vimos muita coisa. Vamos sobreviver.

Aguardemos notícias melhores… elas virão.

Mário Barreto.

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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