E a notícia inesperada desta semana é que a Bimota voltará ao campeonato do WSBK. A Bimota já até ganhou corridas no campeonato no passado, onde teve pilotos incríveis como Davide Tardozzi, hoje o velhinho de cabelos brancos do Box da Ducati MotoGP. E foi terceiro em 1988. Em 1989 tivemos o grande Giancarlo Falappa e Mike Baldwin, além de Tardozzi tocando a moto.

Mas o que é ainda mais inesperado é que o comunicado de imprensa oficial (incluído abaixo) vem com frases como “Kawasaki transfere seus esforços para o programa de corridas Bimota”, “vamos reservar algum tempo para refletir e celebrar a herança da Kawasaki em Corridas de Superbike” e “uma evolução para a abordagem da Kawasaki ao nível superior das corridas de produção”, onde praticamente confirmam que a Kawasaki está saindo em favor de Bimota.

A Kawasaki não estará completamente ausente do WSBK. A Ninja ZX-10R e a ZX-10RR ainda serão elegíveis para competir até 2029 e 2031, respectivamente, para qualquer equipe privada competir, mas como um esforço total de fábrica, a Team Green está investindo seus recursos em uma nova joint venture com a Bimota sob o nome Bimota Kawasaki Racing Team. Espera-se que grande parte da atual equipe da KRT permaneça com a nova equipe, juntamente com dois pilotos a serem anunciados.

O anúncio levanta várias questões, a primeira das quais é qual a moto que a equipe irá utilizar na série de produção. Tudo o que sabemos oficialmente é que terá chassi Bimota com motor ZX-10RR, além de outras tecnologias Kawasaki relacionadas. De acordo com os regulamentos da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), as superbikes elegíveis devem estar em produção para venda para uso público, ter um preço máximo de varejo de 44.000 euros (cerca de US$ 47.000) e atender a vários limites de produção: 125 unidades até a data do lançamento. Para a inspeção de homologação, 250 unidades ao final do primeiro ano de corrida e 500 unidades ao final do segundo ano de corrida. A Bimota também precisará ter uma licença de fabricante FIM.

Estranho não é? A pergunta que se faz é por que a Kawasaki está fazendo isso. No comunicado de imprensa oficial, o objetivo declarado é restabelecer a Bimota como uma marca global, à medida que procura expandir-se pela Europa e além.
A Kawasaki adquiriu uma participação de 49,9% na Bimota em 2019 e, desde então, a Bimota tem introduzido vários modelos com motor Kawasaki. Primeiro veio o Tesi H2 superalimentado baseado em Ninja H2, seguido pela moto esportiva KB4 e café racer KB4RC movida pelo motor Ninja 1000SX, o conceito de enduro BX450 baseado em KX e, mais recentemente, o conceito de moto de aventura Tera movido pelo motor H2 .

A superbike Bimota será sem dúvida o próximo membro desta linhagem, mas suspeitamos que ela será acompanhada por várias outras motos de rua de produção, já que parece improvável que a Kawasaki feche seu programa de corrida de fábrica ZX-10RR apenas para apoiar uma única Bimota.

A última pergunta que permanece sem resposta é o que isso significa para a Ninja ZX-10RR ou a ZX-10R. Se isso for realmente tudo para um esforço de fábrica da Kawasaki WSBK, o Ninja permanecerá em produção por muito mais tempo? É uma moto muito importante para a marca, mas já vimos a Yamaha parar de oferecer a R1 nos mercados europeus. É sabido que as marcas japonesas não ganham dinheiro com as suas Superbikes. Aguardemos…

Vejam abaixo o comunicado oficial:

Bimota retorna às SBK em 2025
O icónico fabricante italiano de motos Bimota deverá regressar ao palco das corridas mundiais em 2025 competindo no Campeonato Mundial de SBK Motul FIM.
Vencedores do Campeonato Mundial de 350cc de 1980, com Jon Ekerold em uma máquina Bimota YB3 de dois cilindros e dois tempos, o sucesso também foi alcançado na Fórmula 1 TT com a lenda Virginio Ferrari a bordo de um YB4R conquistando as honras do Campeonato em 1987. Familiarizado com máquinas de quatro tempos, Bimota venceu nada menos que sete corridas no primeiro ano do Campeonato Mundial de Superbike de 1988, graças a Davide Tardozzi (5) e Stephane Mertens (2). Mesmo no ano 2000, Bimota ainda conseguiu uma vitória nas SBK graças ao falecido grande Anthony Gobert a bordo de uma máquina SB8R subindo ao degrau mais alto do pódio num fim de semana de corrida molhado em Phillip Island.
Para a temporada de 2025, a Bimota está em parceria com a Kawasaki numa joint venture que resultará num chassis Bimota com motor Kawasaki (mais tecnologia aliada), competindo no WorldSBK. Não só o motor Ninja ZX-10RR doador será familiar, mas também muitos dos funcionários da equipe, à medida que a Kawasaki transfere seus esforços para o programa de corrida Bimota, marcando um momento marcante na jornada da Kawasaki Racing Team depois de quase quatro décadas no principal mercado global. séries de corridas baseadas em máquinas de produção que podem ser adquiridas em concessionárias.
Reconhecendo não apenas o legado da Kawasaki nas corridas de Superbike, mas também a estreita cooperação e sinergias entre o acionista majoritário da Bimota, a Kawasaki, e o fabricante italiano com sede em Rimini, a nova equipe operará sob o título de Bimota by Kawasaki Racing Team.
Com uma máquina desenvolvida em conjunto pela Bimota e pela Kawasaki, a nova equipe desempenhará um papel fundamental no reconhecimento global mais amplo e na presença no mercado da marca Bimota, além de ser crucial para destacar o trabalho artesanal e o cuidado que envolve a criação de cada produto Bimota. Espera-se também que esta apreciação mais ampla da marca Bimota e do seu DNA de corrida crie um aumento na procura e nas vendas de motos de rua Bimota.
Falando sobre a nova direção da Kawasaki no WorldSBK, o presidente e CEO da Kawasaki Motors, Ltd. Hiroshi Ito, afirmou: “A Bimota tem uma reputação invejável de excelência em design e fabricação de motocicletas. Como parte da nossa visão para a evolução desta marca mundialmente famosa, vemos as corridas como o próximo passo lógico em termos de desenvolvimento de produtos, bem como de exposição da marca no cenário global. O nosso compromisso com as SBK está mais forte do que nunca e esperamos que este novo projeto de corrida energize os fãs da Bimota e da Kawasaki. A paixão pelo sucesso nas corridas permanece e estamos ansiosos pela presença da Bimota by Kawasaki Racing Team no grid das SBK de 2025”.
Em nome da Bimota, o COO, Pierluigi Marconi, comentou: “A engenharia, a tecnologia e o suporte comercial diário já oferecido pela Kawasaki colocaram a Bimota firmemente de volta na consciência da mídia e dos clientes em potencial, agora é hora de dar um próximo passo em nossa evolução.
A Bimota tem as corridas como parte do seu DNA desde o primeiro dia e competir nas SBK ao mesmo tempo que desenvolve a nossa nova gama de produtos, ao mesmo tempo que expande a rede de concessionários europeia e global, tem uma lógica inegável. Com a experiência incomparável dos especialistas da equipe de corrida Kawasaki existente, além do total apoio e cooperação da Kawasaki Motors, Ltd. no Japão, nos enche de orgulho e otimismo. A Bimota by Kawasaki Racing Team certamente constituirá a base do próximo capítulo da história da Bimota”.
O gerente da equipe KRT, Guim Roda, concluiu: “Nos últimos treze anos, eu e todos aqueles na oficina KRT em Granollers, nos dedicamos de todo o coração ao projeto Kawasaki Superbike e conquistamos sete títulos de pilotos do WorldSBK nesse período, além de numerosos títulos de equipe. e prêmios de fabricantes. Agora – depois da Kawasaki competir durante quase quatro décadas no campeonato de Superbike – estamos orgulhosos de fazer parte de uma nova era formando a infraestrutura da nova Bimota by Kawasaki Racing Team. Com certeza reservaremos algum tempo para refletir e celebrar a herança da Kawasaki nas corridas de Superbike, mas também estamos extremamente entusiasmados por ser um componente central desta nova joint venture Bimota e Kawasaki. Esta é uma evolução na abordagem da Kawasaki ao nível mais alto das corridas de produção e estamos honrados em desempenhar o nosso papel neste novo projeto. Estou confiante de que temos a tecnologia e os recursos humanos necessários para ter sucesso e será uma experiência nova e energizante colocar em campo uma impressionante equipa de dois pilotos no Campeonato Mundial de SBK da Motul FIM de 2025.”