Harley FXDR 114

Meus camaradas, ontem tive a oportunidade de dar umas voltas em uma linda Harley FXDR 114. É o que a Harley entende como esportiva, e leve. Tudo na Harley é diferente, tudo tem outro entendimento, começando pelos parafusos…

Até pouco tempo atrás, tudo nas Harleys era de ferro ou chumbo. E se orgulhavam disso. Não existiam metais nobre ou leves nelas, hahahaha, e se orgulhavam disso. E funcionavam, é claro, Harley é diferente.

Mas as coisas mudam. Hoje a Harley usa suspensões japonesas, freios italianos ou japoneses e pasmem, peças grandes de alumínio!!!! Esta bruta aí tem toneladas de peças de alumínio. O que tem de alumínio apenas na mesa e guidão, daria para construir umas 10 CG’s no mínimo.

Cheguei na moto e o design impressiona. A roda muito grande, um filtro de ar gigante, detalhes esportivos, peças bem torneadas, painel ridículo para os padrões mundiais, mas deve ser aceitável para a Harley, senão ela não faria… Alguns detalhes de acabamento que nunca seriam aceitos em uma moto japonesa e quiçá em uma italiana. É uma mistura doida. Na rua todos olham, pois a moto é grande e diferente. É bonita.

Me aproximei e fiquei procurando a ignição… trouxa, ela é keyless. Ri de mim mesmo, sentei e liguei a bruta. Outro susto! ligou suavemente, não deu aquele TREC gigante que as Harleys de motores grandes faziam. Não senti falta disso. O som, comandado por um acelerador do tipo ride-by-wire bem levinho, é lindo. O modelo que usei está com uma descarga esportiva, mas não é alto, é ótimo.

Ao botar a moto de pé, já deu para sentir que ela é bem mais leve mesmo. Comprida, com aquelas pedaleiras láaa na frente, manobrei meio desacostumado e levei outro susto quando coloquei a primeira. Vocês não vão acreditar… fez click. Isso, deu um clickzinho e não o CLANK esperado. Fala sério.

A embreagem super macia e progressiva, o motor Milwaukee-Eight é Rei. É sensacional. Fortíssimo, vibra pouco, macio. Acelerações demoníacas de um dragster mas aí vem o mais legal, anda devagar, tipo 80 km/h, com uma maciez e constância inigualáveis. Apesar de todo o desempenho, ela anda devagar como ninguém, e pode virar um demônio da Tasmânia em segundos. Adorei o motor. Que inclusive esquenta pouco, ou não leva calor ao piloto.

No departamento de chassi e freios posso dizer que os freios são bons. O dianteiro potentíssimo, com um ataque suave e um feedback bem correto. O traseiro nem lembro. A suspensão é meio durinha, mas tem uns ângulos tão abertos que nem sei como avaliar. Mesmo com aquele pneuzão traseiro, ela é ágil quando tem espaço. Trançar no trânsito o tamanho não deixa. Em curva ela é diferente de tudo o que já andei, pois ela vai deitando numa boa, mas naquela posição de pilotagem eu não tenho a menor confiança para abusar. Nem um pouco.

Aqui chego na parte que não gostei, a posição de pilotagem. Braços e pernas para frente. Talvez me faltem uns 10 cms de braços e pernas, mas o fato é que fiquei desconfortável o tempo todo. Não me achei ali no cockpit. Aquela pedaleira na frente para mim é o pior de tudo. Será que existe um kit para pedaleiras recuadas?

No geral, mesmo reclamando da posição, curti muito. É uma moto que chama a atenção, é bonita de olhar e o motor é delicioso. Passeia que é uma maravilha, sai de sinal mais rápido que uma T-MAX. Aliás, fiquei secando a galera de scooter que gosta de dispensar motos em saída de sinal, não é fácil pular na frente destas enceradeiras, elas saem rápido. Claro que se vc tem uma moto potente, dá para largar melhor, mas tem que pagar o mico de fazer barulho e deixar claro que está se esforçando, enquanto o cara da scooter pode dizer que está saindo normal! Hahahah. Pois bem, mas ao parar no sinal com ela, ninguém se arrisca, ninguém paga para ver. A galera olha para o lado, passa os olhos e só aceleram depois que vc sai. Respeito.

Obrigado Antônio Cid pela espaçonave.

Abraços
Mário Barreto

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestas em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

2 comentários em “Harley FXDR 114”

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