Meus camaradas, tive a oportunidade de passar alguns dias com a Ducati Hypermotard 1100, uma motoca sensacional, que chama muita atenção em qualquer lugar. É relativamente rara, é vermelhona Ducati, suas descargas Termignoni fazem um barulho desproporcional ao tamanho e tem também os ruídos da embreagem seca. Tudo junto, é para causar!
Histórico e visual
A Hypermotard apareceu de surpresa, logo depois da Multistrada “classic” e foi a última Ducati desenhada por Pierre Terblache a alcançar a linha de produção. Talvez ele tenha desenhado outras, mas se desenhou, não foram para a rua. Mas este desenho não é controverso como o da 999 ou Multistrada, que alguns acham horríveis. A Hyper é uma unanimidade, todos acham linda e malvada. Nua e crua, cheia de metal e treliças expostas, sem os tubos e radiadores dos desmoquatro, a moto é muito pequena para uma 1100. Sempre que abastecia o frentista perguntava se era uma 600cc. O Desmodue caiu nela muito bem, o mesmo DL1100 da Multistrada 1100, talvez com outro mapeamento. O painelzinho é mínimo mas tem tudo. Ela é simples e não tem nada de muito eletrônico ou sofisticado.
A que usei está equipada com alguns acessórios muito bonitos, mas o que deixou as pessoas mais impressionadas foi a tampa das correias transparentes. Um arraso.
Andando com a moto
Ao ligar a moto, o som dos escapes, o som da embreagem seca, a lembrança dos rolés na Bimota DB6R, que usa o mesmo motor, me fizeram sair super cauteloso. Você senta em posição de hooligan, com o saco quase na tampa do tanque, já quase sentado na roda da frente. Posição de fazer merda mesmo. Mas a bichona é super bem controlada e suave de motor, bem diferente da Bimota que é um cavalo bravo. A Hyper é mapeada de maneira suave, marchas curtas e toda durinha. Para a cidade é uma receita matadora. Eu já tinha curtido um pouco a sua irmã menor, a Hyper 796 e a sensação é quase igual, achei até o motor meio preguiçoso. Vai ver que é porque a moto estava parada há muito tempo, porque depois ela melhorou. Perto da DB6R, que usa o mesmo motor, ela é uma dama.
Andei na cidade, na estrada, em estradinhas, em estradonas, fiz centenas de curvas e pude avaliar bem a moto. Na estrada aberta ela não é bacana, não possuí a mínima proteção e logo logo o desconforto já é grande. Levei até uma alta velocidade na Band, mas ninguém fica feliz, nem o piloto, nem a moto, nem o motor.
Fomos até Serra Negra e ela adorou o trecho de curvas até lá. As marchas em escalonadas, o torque sempre presente, ficou bem a vontade, controle total.
Na cidade é até um exagero um 1100cc, mas ela se sai super bem, pois é pequena, tem um jogo de direção maravilhoso, não esquenta demais. Mas tem o problema dos espelhos retrovisores, que são nas extremidades do guidon, dobráveis. Bonitos, inesperados, diferentes e uma bosta no trânsito. Batem nos carros, pois você erra a largura da moto. Na estrada eles são usáveis, mas existe coisa melhor.
Conclusão
Para quem não é amante da velocidade, se conforma em ter uma moto linda de morrer para usar na cidade e fazer umas curvinhas de serra, mas enfrentando as estradas abertas a velocidades médias, a Hypermotard é uma opção excelente. Motard mesmo ninguém vai querer ou conseguir fazer com ela. Tem a manutenção mais simples, cara da bandida, oferta imensa de acessórios, o quadro treli. Tudo lá. Adorei.
Obrigado Beto pela moto, espero andar nela de novo.
Vejam as fotos clicando em:
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Abraços,
Mário Barreto