DUCATI E ACOSTA CAMPÕES

É, pessoal, agora só falta o epílogo. A Ducati foi bicampeã de construtores e a equipe oficial está com a mão na taça. É fato que ela tem 6 pilotos na pista e o campeonato de construtores pontua a melhor moto de cada marca. Em Misano 2, por exemplo, a Honda fez a dobradinha e o Bastianini chegou em terceiro: 25 pontos pra Honda, 16 pra Ducati etc…

No campeonato de equipes a Repsol Honda somou 45, pois toda pontuação da equipe é premiada. Há mais Ducatis na pista, mas também é a que permite bons resultados para a maioria dos pilotos que as usam. Ducati venceu com 3 pilotos diferentes e fez pódio com 5. A Yamaha, com exceção da primeira prova do ano, depende exclusivamente do Quartararo, assim como a Honda depende do MM93.

A KTM teve uma temporada muito instável e a Suzuki também demorou a atualizar o seu pacote. Gosto do trabalho do Gigi e acredito que a Ducati continuará muito forte em 2022. Só acho que o Miller tem que botar as barbas de molho, porque está sendo massacrado pelo Bagnaia, que virou o queridinho da direção da marca.

Na corrida de domingo o italiano foi perfeito: um fim de semana que ele mesmo classificou como o melhor desde que ele entrou no MotoGP. Mir também foi bastante bem, mas a Suzuki perdeu a vantagem que tinha em 2020, que lhe permitia atacar mais do que as outras no terço final das corridas. Achei uma pena a bandeira vermelha, pois fomos privados de um belo pega entre Miller e Alex Marquez nas últimas duas voltas.

O bom Lecuona, que está indo para a equipe oficial da Honda no WorldSBK, derrubou o Oliveira, que estava fazendo até uma corrida razoável dentro das poucas possibilidades demonstradas pelas KTM nos treinos. O Peter Beirer não ficou nada satisfeito.

Falando em KTM, li uma entrevista do Petrucci em que ele fez queixas semelhantes às feitas pelo Zarco antes de abandonar a equipe. Na época o francês não conseguia andar como o Pol Espargaró e os engenheiros não davam ouvidos às suas sugestões. O italiano fez o mesmo tipo de comentário: é ignorado sempre que ele tenta fazer alguma comparação com a Ducati ou dar alguma sugestão, mesmo sendo o piloto mais experiente, e o único que já pilotou outras motos da categoria. A marca foi a decepção de 2021.

Quartararo explicou seu tombo e sua dificuldade de uma maneira muito clara: se ele não larga na frente, seu motor não facilita as ultrapassagens. E, preso no grupo, o pneu dianteiro esquenta a pressão sobe, e ele não consegue fazer as mesmas linhas que faz sozinho na pista. Aproveitou para cobrar mais cavalos aos engenheiros da Yamaha e disse que vai se concentrar mais na volta rápida do que no ritmo de corrida em Valencia, além de atribuir o título ao fato de ter largado 14 vezes na primeira fila.

A Honda confirmou que o novo chassi que a levou a um bom resultado em Misano diminuiu os problemas crônicos da moto. Em vários treinos Pol, Alex e Nakagami estiveram entre os Top8 e os dois espanhóis fizeram boas corridas, enquanto o japonês largou em último e chegou em 11º, se beneficiano apenas das quedas do Espargaró mais velho e do Quartararo.

ACOSTA É O NOVO CAMPEÃO DA MOTO3

Foi um título merecido para o garoto, que me parece muito inteligente e maduro para a idade. Ele é um rookie, de fato, mas já conhecia a moto desde 2018 quando começou a correr no campeonato espanhol de Moto3, além de ter corrido a Red Bull Rookies Cup em 2019 e 2020. Estou curioso para saber como será o seu desempenho na Moto2, onde competirá na melhor equipe do grid.

Foi uma pena a disputa pelo título ter sido abortada na terceira curva da última volta. Binder vinha em quarto e, parafraseando Casey Stoner, teve o seu momento onde a “ambição foi maior do que o talento”. Acho que o espanhol teria sido campeão da mesma forma, em Portimão ou Valencia, mas o Foggia teve uma bela arrancada na segunda metade do campeonato e eu preferiria que a disputa tivesse se consolidado na pista. Há quem acredite que a punição ao Binder foi exagerada. Na minha opinião ele foi punido pelo conjunto da obra, e pela falta de necessidade da manobra. Afinal, ele vai correr na MotoGP em 2022, não estava disputando nada e nos privou de uma última volta que prometia ser épica até a bandeirada.

GARDNER COM A MÃO NA TAÇA

Cinco graus a mais na temperatura decidiram a prova da Moto2. Raul Fernandez foi de pneu macio na traseira, Remy Gardner de duro. A pista estava mais quente que no sábado, o espanhol ficou sem aderência e o australiano teve uma vitória gigante. Agora basta não cair em Valencia para levar o título, porque eu acredito que ele chega entre 6º e 8º sem nenhum esforço e ele precisa chegar em 12 se o seu companheiro de equipe ganhar a corrida. O tombo em Misano praticamente definiu a disputa, mas podem anotar: Raul Fernandez é um dos maiores fenômenos que surgiram no MotoGP. Melhor do que Pedro Acosta. Ele é um rookie de fato: nunca tinha rodado em uma Kalex-Triumph e fez o que fez. Estou ansioso para ver o que fará na KTM em 2020, e espero que os austríacos acertem a mão no novo chassi.

Semana que vem acaba, pra começar tudo de novo. 😊

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

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