Tivemos hoje uma bela corrida. Rápida, imprevisível, com drama, com alegria e muita técnica.
As Yamahas estão mal no campeonato. Rossi caindo e andando atrás, estavam sem ganhar este ano. Mas já fizeram um monte de poles e são consideradas motos fáceis e boas de andar. O desempenho da nova equipe Petronas é muito bom. Quartararo sapecou mais uma pole e é sólido, talvez mais sólido do que Zarco. Morbidelli também está indo muito bem, ofuscado, mas também muito sólido.
Segundo os dados, elas são boas de velocidade em curva. É visível, depois da freada elas fluem quando deitadas, também trocam de lado com facilidade, sem ninguém na frente para atrapalhar no seu ponto fraco, a reaceleração, viram rápido demais.
Hoje a pista e as motos estavam ótimas, mas a de Quartararo vem apresentando, desde os treinos, um “wobbling” assustador. As causas para isso são várias e difíceis de precisar. Muito certamente a equipe poderia consertar. O problema devia ser como fazer isso sem perder velocidade na volta. Pareceu-me ser na traseira da moto, controlável com a mão no fundo. Para conquistar a pole a moto rabeou adoidado e o tempo veio. Mas na prova, com o pneu gastando, a rabeada foi aumentando até custar tempo. Viñales junto com Marc Marques não perdoaram. A prova foi técnica, com os pilotos andando rápido e muito colados na ponta. Vacilou, dançou!
Nestas horas em final de prova, as equipes de fábrica entregam motos mais acertadas, pois tem mais experiência e dados nos computadores.
Viñales é muito rápido, mas inconstante nos treinos e nas largadas. Ele tem um estilo similar ao de Lorenzo, mais para o suave, a Yamaha gosta disso. Quando está bem na pista, passa confiança, precisa de sequencia de resultados. A Yamaha precisa. Rossi está em inferno astral, alguma coisa o está perturbando, não consigo saber o que é ainda. Mudanças na moto e equipe para adequar a nova situação de ter 2 jovens demandando atenção? Talvez.
Mas se a Yamaha parece boa de curva, a Suzuki parece ainda mais sólida, mesmo não tendo conseguido poles. Não sei se é coincidência, são as duas com a configuração de motor com 4 em linha, são as duas mais suaves e rápidas de curva. Sendo que a Suzuki acelera melhor do que a Yamaha. Talvez esta geometria e distribuição de peso favoreça o comportamento em curva. Vou estudar. Rins vinha muito bem e certamente iria brigar pela vitória, uma pena ter caído. Joan Mir perdeu o rebolado quando na ponta, o bagulho é doido ali, piscou 1 segundo e foi passado por 3, pensou mais 1 segundo na merda que fez e foi passado pelas duas Ducatis. No final se recuperou e fez um ótimo resultado repassando-as novamente.*** – ESQUECI QUE ELE ERROU NO FINALZINHO, E FOI ULTRAPASSADO – O ANDRÉ BERTRAND, sempre ele, me avisou. DESCULPEM MEU ERRO.
A Ducati não estava nos seus melhores momentos. Yamaha e Suzuki cresceram, a Honda se mantém na mão de Marc e Dovi desanimou, Petrux teve que ficar comboiando e mesmo as outras motos, na mão de Miller e outros, não foram bem.
Sabem quem eu vi na pista hoje? Ianonne!!!! Caraca, eu tinha até esquecido que ele estava neste campeonato. A Aprilia precisa melhorar muito, assim como a KTM.
O dia estava lindo, a pista ótima, a corrida animada e a transmissão uma bosta. O diretor de imagem perdeu muita coisa, a largada deu problema técnico (não conseguiram sequer repetir), foi ruim e digno de nota negativa.
Parabéns Maverick Viñales e Yamaha, o dia foi de vocês.
Abraços e vamos para a próxima
Mário Barreto