Dovi MATADOR em Spielberg!!!

Mas que bela corrida na Áustria!!! Fiquei grudado na TV o tempo todo, segurando uma vontade de ir ao banheiro por toda a prova. Não deu para ir, a vontade até passou!

Na largada já vimos que o negócio seria bom, com Dovi largando bem, Marquez melhor ainda, mas no final da reta MM se enrolou na freada, atrapalhou-se, atrapalhou Dovi, deixaram Quartararo ir para a ponta e saíram trocando olhares e divididas no limite da cordialidade. Jogando duro. Até achei que iam se estranhar, mas eles se respeitam muito e confiam muito um no outro.

Como Marc mudou, era uma vaca brava, amadureceu. Dovi, underdog, sempre foi mais cuidadoso, nunca foi Bambino D’oro. Nem quando foi campeão do mundo de 125. Hoje, logo no início ambos se olharam na pista e passaram a mensagem… é à vera.

As Yamaha treinam bem, mas de fato, os dois conjuntos com mais consistência são o de RCV+MM e GP19+Dovi. Mesmo não sendo ainda um “Grande Campeão” como Jorge Lorenzo, Dovi já fez o suficiente para se destacar e ser respeitado por todos e pelo Marc Marquez.

Esta pista é boa para a Ducati, porque é rápida, dá para encher a mão, e suas curvas não exigem viradas rápidas de lado a lado. Não é à toa que a Ducati ganhou todas lá. O motor 2019 da Honda RCV tirou a diferença que tinha, mas a Ducati está a mais tempo acertando uma coisa que permite utilizar esta potência ao máximo, que é a estabilidade na freada e o consumo de pneus. Tendo uma moto forte desde sempre, eles são os melhores neste quesito, pois para aproveitar a velocidade, tem que frear muito bem. Mas não foi moleza.

Quartararo está tão bem que a Yamaha terá que dar uma moto oficial para ele no ano que vem. Vai ter que se virar para isso.  Esta pista permite mão no fundo e não exige grandes reacelerações, o ponto fraco da Yamaha. Provando que ela tem potência, se não tiver que frear e retomar, andou mais do que a Suzuki. Que tem uma retomada melhor do que a Yamaha, mas que nesta pista não pôde usar. A Yamaha, se não for atrapalhada em suas linhas, anda bem, mas aí falta um motor como o da Ducati ou o da Honda. A Yamaha quando ganhava na mão do Lorenzo, lembram, tinha que largar na frente e sumir, ela não gosta de ter suas linhas cortadas.

Depois de dispensarem a Yamaha, MM e Dovi ficaram se estudando e se testando. Marquez visivelmente mais rápido na 3 e nos slides, Dovi sendo Dovi, correndo apenas o suficiente. Que bom que  suficiente hoje foi dar tudo!!!

Achei que não ia dar. A ultrapassagem final do Dovi foi uma pintura. Usou tudo o de bom que tinha para ganhar o milésimo que impediu MM de se defender. Marc defendeu bem a linha, mas Dovi usou a sua maior estabilidade em freadas para colocar do lado, tomar o espaço e com um tiquinho a mais de borracha no pneu, não escorregou. Marc já vinha de lado, com menos pneu. Não bateram por centímetros, e quando botou a moto de pé, pick-up, usou a outra qualidade que sua moto tem, reaceleração. Se a Ducati acelera a hora certa, ninguém pega. MM levou o block pass, teve que controlar o slide sendo bloqueado pela traseira de Dovi e quando pode acelerar, já era.

Chegaram felizes. Dovi, obviamente. Ganhou, na moral, com coragem, andando bem. Marc porque gosta de disputa, minimizou o prejuízo de uma má escolha de pneus, quase ganhou em uma pista desfavorável e cedeu apenas 5 pontinhos.

Sensacional o pódium do Quartararo e dali para trás eu juro que nem  me preocupei em analisar. Só ficou chateado com a minha amada Aprília… não consegue andar direito e Ianonne fechando a pista. Não é legal isso. A Aprilia sim, é que tinha que levar o Gigi de volta, não a KTM.

Linda a comemoração do Davide Tardozzi no box da Ducati, pulando que nem um garoto, uma vitória que eles estavam precisando muito.

Todas as fotos são da Ducati Press

Parabéns Ducati Corse, parabéns Dovi, corridasso. Pena que agora a distância esteja tão enorme no campeonato.

Mário Barreto

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestas em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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