Renascimento

Uma homenagem ao Renascimento, um movimento artístico que surgiu na Toscana no final do século XIV, foi a escolha da Ducati LeNovo para a pintura especial das suas motos no GP mais próximo da sua fábrica. As motos ficaram lindas, assim como a arte dos macacões de Pecco e Marc.

Renascimento também é o termo ideal para descrever a temporada do octacampeão mundial. Ano passado, com uma GP23 que sofria com a aderência excessiva dos novos pneus traseiros Michelin, ele já demonstrava ter retomado o gosto pelo esporte, readquirindo aos poucos a forma física afetada por tantas cirurgias no seu braço direito. Este ano ele tem a si mesmo como único adversário. Venceu 5 fins de semana fazendo pole, sprint e corrida. E teria vencido mais dois da mesma forma se não fossem suas quedas em Austin e Jerez. Neste momento eu o considero favorito para repetir os hat tricks em Assen, Sachsenring e Brno.

Mugello era a grande esperança de Bagnaia: poderia ter sido o seu renascimento na temporada. Por isso eu acompanhei cada treino pelo live timing e todo mundo em Mugello já sabia que os seus tempos pioravam bastante com o desgaste dos pneus. Em ritmo de corrida era evidente que o Formiga tinha uma vantagem, seguido de Alex, Viñales, Diggia e Pecco. Depois de uma Sprint onde conseguiu chegar em 3°, à frente do Maverick (Diggia perdeu muito tempo no início da Sprint e chegou em 5°), Bagnaia tentou fazer um show para a sua torcida no início da corrida de domingo. E que show! Deu tudo o que podia, tentando andar na frente para ver se seu problema de aderência diminuiria com um pneu dianteiro mais frio, mas uma saída de frente na curva 15 quando liderava foi o sinal que não ia dar. Infelizmente desgastou tanto os pneus que acabou alcançado e ultrapassado pelo Diggia na penúltima volta. Não estar no pódio foi o preço da alegria que proporcionou aos torcedores, que iam ao delírio a cada ultrapassagem que ele fez. É preciso destacar que o Pecco estava muito rápido com pneus novos e perdeu a pole para o MM por menos de 1 décimo de segundo.

Diggia representou Vale no pódio, mas não foi o resultado que os italianos queriam. Há quem diga que “com mais uma volta Diggia chegaria em 2° lugar”. Não chegaria. Esses pilotos são extraterrestres que sabem exatamente o tempo de volta que estão fazendo. Na penúltima volta Alex Marquez recebeu a placa +0.9 DIGGIA, então pode fazer a última volta com cuidado com o objetivo de chegar a +0.2. Na entrevista pós corrida ele confessou que foi cuidadoso demais pois chegou a apenas +0.1 mas ele tinha equipamento para andar mais rápido.

Da mesma forma, MM93 poderia ter vencido tanto a Sprint quanto a Corrida por uma margem bem maior, mas atualmente ele está sendo mais racional. Ganhar por 0.1s ou por 10s dá os mesmos 25 pontos, então por quê arriscar? Uma vez na frente ele apenas administra a distância para quem vem atrás.

As Ducatis dominaram o fim de semana, botando as 6 motos nos pontos na Sprint, Viñales e Bezzecchi fazendo bons 4° e 6°. Fizeram o Top4 no domingo, com Morbidelli em 6° após cumprir duas voltas longas e Aldeguer em 12°, a 25s do vencedor, após ter perdido 16s em uma excursão fora da pista, ou seja, poderia ter chegado entre 5° e 7°.

A vítima do domingo foi o Viñales, que tinha ritmo para brigar pelo pódio. Morbidelli o tirou da pista com um erro grosseiro e acabou também se prejudicando, pois ambos estavam à frente do Diggia quando bateram. Foi uma pena pois Maverick é a esperança da KTM.

Aliás, Acosta venceu Binder na linha de chegada por meros 28 milésimos de segundo, fazendo 8° e 9° para a fábrica austríaca.

Mais apertado que isso só o duelo Oliveira vs Quartararo, em que o português chegou SETE MILÉSIMOS à frente do francês disputando melancólicos 13° e 14°. Rins foi o 15° em um fim de semana que a Yamaha vai querer esquecer, em que pese o ótimo desempenho do El Diablo no Q2, mesmo com ombro deslocado, fazendo um 4° lugar com tempo abaixo do recorde anterior da pista.

A Honda também teve um fim de semana sem nenhum motivo para comemorar, com Zarco sendo derrubado na Sprint e caindo na Corrida e Mir fazendo apenas um 11° a 23s, ou seja, perdendo 1 segundo por volta.

A Aprilia esteve por ali, parecendo que ia chegar mas não tendo força para acompanhar as Ducatis. Bez fez 6° e 5° e Raul Fernandez, finalmente mostrando algum progresso, fazendo 8° e 7°. Ogura, ainda recuperando o ritmo, fez 12°no sábado e um razoável 10° no domingo.

Na Moto2 o nosso Diogo Moreira fez uma inesperada pole, sua segunda logo após a primeira em Aragón. Ainda acho que a sua equipe está um tiquinho abaixo da Liqui Molly e da Fantic, e ele brigou bravamente com o experiente Canet, mas teve que se contentar com.a 4a posição. De qualquer maneira percebo que os comentaristas do MotoGP já têm um grande respeito por ele. Manu Gonzalez venceu mais uma vez, com Albert Arenas da Italjet Gresini em um inédito 2° lugar.

Na Moto3 houve a primeira vitória do novato Max Quiles: seu terceiro pódio em 6 corridas. Ele foi seguido pelo pole position Alvaro Carpe da KTM Ajo, pelo veterano Dennis Foggia, seu companheiro da Aspar, e pelo líder do Campeonato, José Antônio Rueda, também da KTM Ajo. Angel Piqueras e Joel Kelso, que também estão bem no campeonato, acabaram em 7° e 9°, este último a meio segundo do vencedor, como soem serem as provas dessa categoria: disputadas até o último trecho de reta.

Semana que vem já tem mais, e será na Catedral!
Estou contando os minutos…
Até lá!

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

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