Karma!!!

Como em 2019, Marc Marquez jogou no lixo 25 fáceis pontos no Circuito das Américas em um fim de semana marcado pela instabilidade do clima, que bagunçou os campeonatos da MotoGP e da Moto2.

Não obstante, MM foi o mais rápido em cada treino, fez a pole, a volta mais rápida tanto na Sprint como na Corrida, e venceu a Sprint, mesmo quase sendo ejetado da GP25 na 1a volta, quando ficou em 3° lugar por duas curvas.

A Corrida de domingo teve um início drámatico, com a pista ainda muito molhada durante a volta de apresentação, quando El Diablo se estabacou com pneus slick e só conseguiu chegar ao grid graças ao “Miller Taxi”. Ao testemunharem o acidente, todos os pilotos mais bem posicionados no grid alinharam com pneus de chuva, enquanto aqueles que não tinham nada a perder arriscaram alinhar com os slick. Só que o longo show que antecede a largada permitiu que a pista secasse e o Malandrilson Marquez resolveu largar dos boxes achando que sua decisão causaria um de dois cenários:
1) no pior cenário ele largaria em último, de pneus slick, e não teria dificuldade em alcançar e ultrapassar os pilotos que estivessem com pneus de chuva e também os poucos que largariam com pneus lisos;
2) no melhor cenário outros pilotos o copiariam e o caos formado poderia fazer com que a direção de prova atrasasse a largada, permitindo que a pista secasse ainda mais.

Aconteceu o que todos viram. Davide Brivio, diretor da Trackhouse, ficou furioso com a direção da prova, já que seus dois pilotos alinharam com pneus lisos. No final das contas foi uma decisão da direção de prova em prol da segurança. Justa? Acho que não: os pilotos que não trocaram de motos deveriam ter largado nas primeiras posições do grid, mas o regulamento não especifica isso.

Havia um erro de interpretação na estrategia da Ducati LeNovo: desde o GP da Argentina de 2018 foi estabelecido que o piloto que troque de moto depois da volta de apresentação tem que cumprir um “ride through” na corrida. Só poupa o tempo de pular de uma moto para outra.

Em resumo: não adianta vilanizar o MM porque vários outros pilotos o seguiram e quem prejudicou os que alinharam de slick foi a direção de prova, mas a energia negativa jogada em cima do Formiga o derrubou na curva 4 quando ele tinha 2.5 segundos de vantagem e tinha feito a melhor volta da prova por três voltas consecutivas.

Para alegria de muitos, voltamos a ter um campeonato disputado. Apenas entre Ducatis, mas, ainda assim, disputado.

Além Marquez lidera com 87 pontos, seguido de MM (86), Bagnaia (75), Franco (55) e Diggia (44).

Não fosse a queda, o campeonato estaria mais sem graça, com MM (111), AM (83), Bagnaia (70), Franco (53) e Diggia (41). O tombo do Formiga encheu os corações dos anti, o que torna a prova do Qatar muito mais especial. Apenas lembro que MM também caiu liderando em Austin em 2019, e essa queda fez com que ele ficasse mais focado.

Bagnaia estava feliz e aliviado no parc fermé porque vinha sendo muito pressionado desde o começo da temporada. Ontem ele estava no lugar onde precisa estar: à frente de todas as outras Ducatis, mas manteve os pés no chão e admitiu que foi uma vitória que lhe caiu no colo (palavras dele). Na minha opinião a equação é simples: só ganha quem cruza a linha de chegada. Foi assim que o Martin foi campeão ano passado e é assim que o Alex Marquez, o “Mr P2”, está liderando o campeonato.

Vai aqui um destaque para o pódio do Diggia, que passou um inverno difícil, se recuperando de uma operação delicada no ombro, mas já está andando muito bem. É outro que está se beneficiando do salto quântico que foi passar da GP23 para a GP24.9. Depois da Sprint ele foi visto chutando umas cadeiras no box da VR46, aborrecido com o Morbidelli que o teria prejudicado no início da corrida: uma queixa que ele já tinha feito no GP da Argentina. De qualquer maneira os dois estão andando bem e chegando no Top5.

Também precisamos falar do Miller, que fez um ótimo P5 e está fazendo seu nome na Pramac/Yamaha, deixando o Rins em uma situação delicada. Honda e Yamaha melhoraram mas não têm como competir com as máquinas do Dall’Igna, que teriam feito o Top6 se MM e o Aldeguer não caíssem. As KTM continuam com os mesmos problemas e só Bastianini chegou, em um razoável P7, que só não tem mais valor devido às inúmeras quedas à sua frente. Binder e Viñales tiveram problemas técnicos no fim de semana, o que não é aceitável para uma marca que tem a pretensão de ganhar um campeonato.

Bezzecchi também herdou um P6 para a Aprilia. Aliás, a fabrica de Noale está precisando muito da volta do Martin, que é um piloto que não se conforma. Não é que o Bez seja ruim, mas ele não tem o punch necessário para que a moto evolua. Martinator prometeu voltar no Qatar, mas eu espero que ele seja cauteloso nessa primeira corrida. Ogura continua surrando o marrento Raul Fernandez.

Um pequeno pitaco sobre a Moto2, onde o nosso Diogo Moreira patinou pela pista em pneus de pista seca. Até acho que diante da 21a posição de largada ele era um dos que podia arriscar, mas realmente NÃO ENTENDO como o líder do campeonato, Manuel Gonzalez, largando em 2°, resolve inventar quando todos os que estão à sua volta estão largando com pneus de chuva. Entregou 25 pontos fáceis para o Jake Dixon, que assumiu a liderança do campeonato.

Na Moto3 show do Rueda, que ganhou a 2a do ano, mas destaque para a estreia do garoto Máximo Qulies, que largou em 2°, liderou algumas voltas e acabou em 5° na sua corrida de estreia na categoria.

Qatar ficou dez vezes mais importante: mal posso esperar.

Até lá

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

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