Agora já recuperado da emoção de sentir-me campeão do mundo, posso escrever um pouco sobre as corridas de Valencia no MotoGP. Como eu disse antes, já estou de saco cheio com estas 44 corridas que tivemos este ano, 22 Sprints e 22 GPs, é corrida demais. E vemos também a falta que faz o Marc Marquez na pista, pois vira tudo um espetáculo somente com coadjuvantes, sem uma estrela principal para brilhar.

A equipe Lenovo Ducati oficial conseguiu a proeza de marcar apenas 2 pontos nas últimas corridas, e com Bulega, porque o Pecco caiu em um buraco de onde não consegue se levantar, é impressionante. E, neste processo, perdeu a disputa do terceiro lugar para Bez e, pasmem, do quarto para o Acosta e sua KTM. É uma vergonha. Ainda mais porque o seu companheiro de equipe foi campeão com muitas corridas de antecedência e dominando o campeonato. “Ah… a moto não é boa”… bem, se a moto não é boa, Marc Marquez provou mais uma vez o quanto vale um bom piloto.

Hoje, por pouco, teríamos um podium sem Ducati. O primeiro desde 2021. Esta dominação da Ducati é mais ou menos normal, já foi assim com Honda, Yamaha, Suzuki, MV Agusta. Mas os concorrentes correm atrás do prejuízo, e um dia a maré muda. Em 2019 a Honda fez barba, cabelo e bigode com MM, e em 2020 a Suzuki foi campeã, por exemplo.

A Aprilia RSGP25 evoluiu para ser uma moto muito boa. A Ducati sempre teve problemas não resolvidos mas contornados pelas qualidades e pela sorte que deu na mudança dos pneus. Por exemplo, a potencia da Ducati era boa de reta, mas causava problemas no final, pois seus pilotos para terem controle para parar o foguete, que chegava muito mais rápido no apex e perdiam algo na fluidez da entrada da curva. Até acertar isso demorou um pouco, certamente custou algo de reta, mas aí deu o azar de ter MM na moto. Babou, MM ganha com qualquer coisa e estraga qualquer moto. A Aprilia veio acertando a sua moto e Bez é tido como um piloto bem analítico.

Nestas duas últimas corridas a Aprilia não foi tão bem no sábado, só para vir melhor no domingo. Talvez estejam usando os dados da Sprint Race para acertar melhor a moto para a corrida mais longa, talvez não consigam ainda ter a agilidade e dados para entregar uma moto mais competitiva no sábado. A verdade é que a dominação da Ducati, muito especialmente sem o Marc Marquez sobre elas, diminuiu muito pois o conjunto do Pedro Acosta também subiu de produção.

Hoje na corrida a Aprilia fez dobradinha, não deram chances para a Ducati do Alex Marquez ou qualquer outra. Raul Fernandez tinha moto para controlar Diggia e, tivessem mais umas 2 voltas, até para vencer.

Agora é aguardar os testes que começarão já na próxima terça feira, com Diogo Moreira estreando no MotoGP, com Toprak estrando na Yamaha V4. A Yamaha anunciou que ano que vem correrá com a M1 V4, aposentando o 4 em linha. Vamos descansar, porque teremos um ano repleto de emoções.