Não só eu, mas eu, você, todos os brasileiros, pois o Diogo Moreira está com 9 dedos na taça. Tem 24 pontos de vantagem, com 25 em jogo. Só perde com uma catástrofe. É quase inacreditável, para mim, pois eu não achei no início do ano que ele seria capaz. Mas veio vindo, vindo, e nesta segunda metade do campeonato ele deu uma melhorada, uma subida de nível incrível.
É aquilo, quando as coisas se encaixam e começam a dar certo, tudo vai se encaixando, certamente os dinheiros vão aumentando, a confiança dele e de todos na equipe melhora e os adversários sentem. Manuel Gonzalez sentiu… e muito, pois muitos pilotos melhoraram no final e ele não, foi ultrapassado e agora está na dificílima posição de ter que ganhar a última corrida e torcer para que o Diogo não marque sequer 1 pontinho. Isso é muito difícil de acontecer, só com uma catástrofe. Fico pensando e torcendo para que a consultoria de Livio Suppo tenha ajudado nisso tudo. Porque dou valor a experiência e ao conhecimento.
Acabei de conversar pelo telefone com o nosso enViado londrino, o articulista Andre Bertrand, sobre o Diogo… Ele é muito focado, cerebral, confiante, avesso a holofotes e dancinhas de TikTik e Instagrams da vida. Ele sobe na moto para correr. Tem treinado com os irmão Marquez e todos vêem nele um talento para crescer ainda mais nos GPs. O Motozoo® já falou isso aqui, aqui e aqui.
Pilotos bons existem muitos, mas pilotos campeões, são poucos e o Diogo será um destes poucos. Lembra-me o Jorge Lorenzo, que corrigiu o cappo da Ducati, que o chamou de grande piloto, e ele retrucou que não, que ele é um Grande Campeão, é outro departamento. Este título, que será inédito para o Brasil, será a culminância de uma trajetória que começou em Jarama no ano de 1973 com a vitória de Adu Celso, o Índio Brasileiro, continuou com as 7 incríveis vitórias de Alex Barros, o nosso Coelhão.


Hoje foi a primeira oportunidade de ser campeão. Não seria fácil, pois com apenas 9 pontos de vantagem, ele teria que sair de Portugal com mais de 25. Mas fez tudo o que esteve ao seu alcance, marcando a pole position, largando na ponta, deixando o calouro liderar para economizar e dar audiência para a TV, dando o bote certeiro no fim, vencer com tranquilidade e dar a entrevista no final frio como um iceberg. Quase deu, faltou uma pequena colaboração do Manu Gonzalez, que chegou nos boxes desolado, pois sabe que ficou muito difícil de reverter esta situação.
Parabéns Diogo Moreira e equipe Italtrans, vocês estão quase lá.
Hoje no GP de Portugal caiu um super cisco no meu olho, que ficou bem molhado ao ver as homenagens que recebeu o Grande Miguel Oliveira, em sua última aparição como piloto de MotoGP em solo pátrio. Foi uma linda homenagem. Aqui no Brasil estariam sacaneando ele, tipo Rubinho. Miguel conquistou 5 vitórias no MotoGP, número muito difícil de ser alcançado e que apenas hoje Bezzechi igualou. O campeão Joan Mir foi campeão do mundo com apenas 1 vitória, Nick Hayden foi campeão do mundo com apenas 2 vitórias. Miguel ganhou 5, não foi campeão mas é idolatrado pelos portugueses. Aqui o Massa e Rubinho são sacaneados, por exemplo. É outra cultura. E sabem como é o Brasil né? Sendo campeão irão brotar milhares de influencers especialistas em MotoGP e corridas de moto, ele será convidado para ir na Ana Maria Braga, na Patricia Poeta, Fantástico e teremos um Globo Repórter Especial. E, dependendo da popularidade que ele conseguir, a Globo voltará a transmitir as corridas no SporTV.
Também curti a caravela na pista e os F-16 da FAP dando show.
Não sei como anda o resultado das pesquisas sobre o “novo” formato deste campeonato com Sprint Race e GP, mas eu estou achando uma bosta. Eu sou muito fã de corridas, mas enjôo de ver duas corridas em dias seguidos, além de atrapalhar o fim de semana inteiro, pois tenho que ver corrida no sábado e no domingo. Acho que a Sprint tira importância do GP, complica tudo, aumenta os gastos, aumenta os riscos dos pilotos, para apenas dar mais dinheiro para a Dorna/Liberty. 44 corridas por ano é demais. Não só porque é o Diogo o líder da Moto2, mas a solenidade das corridas da Moto2 eu acho melhor. E a Liberty estuda separar o Moto2 do evento, concentrando tudo no MotoGP, mais ou menos como fazem com a F1 e F2. Sei lá. Este já é o terceiro ano de Sprint Races, vai continuar ano que vem, mas por mim, tinha que acabar.
Ontem na Sprint race o Alex Marquez deu show, Pedro Acosta seguiu rebolando sua moto sem conseguir ganhar e a Aprilia de Bezzecchi cansou para chegar em terceiro. Ducati, KTM e Aprilia no pódium, isso é bom. Pecco segue sua Via Crucis na Ducati, andando mal e com chance de perder até o seu quarto lugar no campeonato, o que será uma vergonha. Ontem caiu, hoje chegou em oitavo. Diggia, com a outra GP25 na pista, fez um quinto hoje e Bulega é café com leite, embora tenha mostrado um bom potencial para tantas coisas que teve que aprender para poder andar com a moto. Ontem Nicolo Bulega esfregou a moto do Marc Marquez no chão, mas hoje chegou em décimo quinto e botou seu nome na história dos GPs, pois marcou 1 ponto e passou Aleix Espargaró e Michele Pirro, que marcaram 0 pontos este ano, kkkkkk. Com um pouco de sorte em Valência ele passa o Sonkiat Chantra.
Hoje, conforme prometido por Bezzecchi, acertaram melhor a Aprilia que largou da pole para vencer flag-to-flag, sem dar chances. A moto estava visivelmente mais acertada, proporcionando uma tocada sem sustos e muito rápida para vencer com tranquilidade. Atrás conseguimos ver o Alex Marquez sofrer só um pouquinho com sua Ducati e depois o Pedro Acosta e Binder toreando suas nervosas KTM pelos chifres, pilotando não só motocicletas, mas também torradores de pneus. Uma pena o Martinator não ter passado a temporada 100% para dar uma apimentada neste campeonato. Fabio Quartararo levou uma chupada da Yamaha para parar de falar mal da moto, e continuou fazendo mágica com a M1. Não é o maior salário no paddock à toa, o cara é excepcional mas a moto está no limite. Vamos torcer para o ano que vem.
Semana que vem teremos Valência, se Deus quiser Diogo Campeão e chega de GPs, para 2025. O grande barato será ver o turco Toprak Razgatlıoğlu andando de Yamaha V4. Desejo ao Miguel Oliveira toda a sorte do mundo no seu novo habitat, o WSBK, e sucesso na tocada da sua ferramenta de trabalho, que será da BMW S1000RR, também 4 cilindros em linha, onde ele vai poder aproveitar o conhecimento que adquiriu na sua Yamaha M1.
Até semana que vem!!!!






