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Nova CBR1000RR Fireblade

Meus camaradas, temos mais atividade aqui no Motozoo®!

Dando continuidade a apresentação que foi feita em Manaus, desta vez a Honda convidou para um teste de pista com a nova CBR 1000 RR Fireblade.

Este nome comprido é porque o mercado americano não curte siglas, como CBR1000RR. Geralmente motos e carros americanos tem nomes, Yamaha Genesis (YZF1000), Kawasaki Ninja (KZ1000) e por aí vai. Já o resto do mundo curte as siglas.

2012 é um ano especial para as Fireblades, pois a Honda está comemorando o vigésimo aniversário do modelo, que desde o primeiro, aquele dos furinhos, vem mudando bastante ao longo deste período. A cilindrada começou em 900, foi para 924, depois 954 e finalmente a Honda teve que aceitar o mercado e fixou ela nas 1000cc’s.

A filosofia do projeto inicial era a de “total control”, com a Honda tentando controlar a tendência de fazer bestas-feras fora do alcance dos “pilotos” normais. Isso explicava a baixa cilindrada na categoria, apenas 900cc no início, a suavidade e previsibilidade de seu comportamento.

Depois de andar com o modelo novo, posso dizer que a Honda quase que volta ao início, pois a moto nova é “total control” e suave para caramba. Foi muito legal a Honda ter juntado todas elas no evento, para comparação.

Depois de um briefing técnico, contando as novidades técnicas do modelo 2013, que são poucas, a Honda nos levou para a Fazenda Capuava em Indaiatuba, onde existe um autódromo particular, construído pelo Alcides Diniz.

A Fazenda Capuava é linda de morrer, super bem cuidada e a pista um brinco. Bem travadinha, estreita para carros e perfeita para a apresentação de uma moto como a CBR1000RR.

A idéia é fazer com que a imprensa ande com a moto e não faça uma corrida. Você pode escolher fazer a pista toda de segunda e acelerar na reta até a quarta (rapidamente) ou toda de terceira. Fiz dos dois jeitos. A Honda levou seus pilotos, Maico e Cachorrão para guiarem os mais animados na pista.

Mais para frente falo disso de novo, primeiro vamos saber as novidades da moto.

Novidades da Moto

A moto, como eu disse antes, mudou muito pouco comparando ao modelo anterior. Basicamente mudaram as suspensões, rodas, painel e detalhes estéticos.

A Showa, marca que fabrica as suspensões e que é controlada pela Honda, mudou a sua linha de suspensões dianteiras, apostando na nova Big Piston Fork, que já vimos antes nas Suzukis e Kawasakis. Era questão de tempo estas bengalas com tampas azuis chegarem nas CBR’s. A Yamaha não usa porque é fiel as Kayaba’s, senão estariam usando, é o que tem para vender na Showa. Mudou também o amortecedor único traseiro, uma evolução. O chassi é o mesmo, o motor praticamente o mesmo e tiveram que mudar as rodas, por outras mais leves, para manter o peso, pois as suspensões são mais pesadas e moto japonesa não pode aumentar o peso de um ano para o outro de jeito nenhum!!!!!

Evoluíram no mapeamento da injeção PGM-FI com 2 injetores, enchendo a média rotação e sofisticaram ainda mais o gerenciamento eletrônico do exclusivo sistema de C-ABS, o ABS combinado, que distribui eletronicamente parte das frenagens para frente ou para trás, antes mesmo do ABS entrar. Você freia forte na frente e ele aciona um freio traseiro, e vice e versa. Testei, é sofisticado, complica a manutenção da moto mas funciona muito bem.

O novo painel é totalmente digital, programável, com indicador de marchar e de voltas. Simples, pequeno, leve e bonito. A moto toda é muito bonita.

Andando com a moto

Como está no DNA da Honda, a moto não assusta, não dá medo hora nenhuma. Só de olhar está na cara que é amistosa e amigona. Lisa de acabamento, toda encaixadinha, não tem nada de agressivo no design. É leve e pequena, parece uma 600. A posição de dirigir é ótima e o tanque escora muito bem as pernas do piloto. Achei uma posição de pilotagem em 2 curvas. Estavam calçadas com Bridgestones e reguladas para pilotos de 70/80 quilos. Como estou com 90, estavam um pouco moles para mim.

Nunca andei naquela pista de modo que as primeiras voltas guidas foram realmente importantes, pois a pista tem subidas, descidas, mergulhos. Como é estreita, se empolgar acaba na grama mole mole. Muito divertida. Demos umas 10 voltas seguindo o instrutor em 2 sessões e me assustei com o GPS marcando 193 km/h de máxima na retinha do circuito, não parecia mesmo, pois além de curta, acelerei pouco.

Isso mostra como andam as 1000 de hoje em dia, 193 é nada.

Depois andamos com os pilotos, uma maravilha. Segui o Maico por umas 4 voltas e dá uma confiança danada seguir ele, que andando devagar tem uma linha limpa que funciona bem.

Depois, quando todos cansaram ou foram almoçar, sobrou pista e moto. Aproveitei e andei com todas as motos, com ABS e sem ABS. Tentei andar um pouco mais rápido, apertando as linhas de segunda marcha e quase saí da pista umas duas vezes, não há espaço para erros e pude perceber com os freios/chassi e suspensões da moto são acertadinhos. A moto é muito controlável, é curtinha, os freios super moduláveis e a suspensão trabalha mesmo amassada no freio. Desisti, canso rápido, e voltei a fazer o circuito de terceira marcha, mais aberto. Muito melhor.

Na retinha tentei fazer a moto levantar a roda em power wheeling e não consegui de jeito nenhum…a moto anda prá frente e sai relativamente fraca. Poucas semanas atrás andei de R1 em Londrina e a Yamaha é bem mais estúpida na baixa rotação, leiam o teste dela aqui no Motozoo®. Retomando em baixa não impressiona, a média é controlável e alta não deu prá ver. Mas sabemos que não é a melhor da categoria. Voltei no avião com o Maico e ele, que está liderando o campeonato por apenas 1 ponto, aposta nas pistas travadas, porque nas de alta com retão o Danilo Andric abre dele.

Conclusão

Esta categoria está super disputada, com motos incríveis e a Honda está enfraquecida. Apesar de todas as suas qualidades, é a única que não tem nem mapas de injeção selecionáveis (chuva, cidade, estrada e etc) pelo usuário ou controle de tração (com vários níveis de intrusão nas concorrentes). Não é a mais potente nem a mais novidade. De exclusivo tem o seu sistema C-ABS, muito bom, a ciclística impecável para um uso normal e o tal do “total control”, a moto é rápida mas amigona do piloto. Tem bom preço, R$ 56.900 reais para a versão sem ABS e a maior rede de concessionários.

A Honda quer vender 1600 delas por ano e continuar líder na categoria em vendas.

Foi um dia muito bom, a organização excelente e agradeço a Honda pelo convite e hospitalidade.

Abraços,

Mário Barreto