XXIV Bike Fest Tiradentes

Essa última semana fiz umas das coisas fundamentais da vida: tirei a semana para rodar! O destino principal: chegar à 24ª edição do Bike Fest em Tiradentes – MG. No total rodei em torno de 3.000 km, passando pelas cidades de Carangola (MG), São Paulo e Curitiba, até chegar em Tiradentes para curtir o badalado evento.

De todos os eventos de moto que já fui, este considero bastante diferenciado. O Bike Fest é um evento para todas as tribos, regado a muito jazz, blues, e pessoas bacanas. E obviamente, muita, muita moto.

A cidade fica apinhada de duas rodas, o que torna a já simpática cidadezinha de Tiradentes um verdadeiro paraíso motociclístico. Este ano, os produtores do evento distribuíram melhor os pontos de interesse, de forma a cidade comportar melhor o grande fluxo de pessoas e veículos. Houve quem reclamasse da nova disposição, que antes privilegiava a área central da praça, e agora o evento ficou mais disperso, desafogando o centro. Achei o novo conceito necessário, distribuindo melhor as pessoas e sem sobrecarregar determinada parte da cidade.

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Além dos shows de blues e jazz que rolaram ao longo da tarde e noite, o evento contou com a exposição principal de 4 marcas: Honda, Harley, Triumph e Indian. A BMW fez um “ride experience”, em uma participação mais discreta. De todas as marcas presentes, mais uma vez a Triumph me surpreende com seu posicionamento eficaz no mercado, com stand lotado e preços muito competitivos, toda a linha inglesa em exposição, com destaque para a Tiger Explorer 1200, provavelmente a moto mais visada do evento. O resultado da Triumph no mercado é refletido em cada esquina das ruas da cidade, com as inglesas rivalizando em quantidade com as BMWs e Harleys (ouvi dizer que o filho do dono da Triumph esteve recentemente no Brasil visitando pontos de venda, alegrinho com o desempenho da marca no país).

Além de motos, a cidade oferece todo um lado gastronômico interessantíssimo, e obviamente também etílico, como é de praxe na cultura mineira. Aguardentes de todos os gostos podem ser adquiridos, além de cervejas artesanais, vinhos, o famoso “choconhaque” (chocolate + conhaque) para afastar o frio. Em resumo, uma experiência etílica de primeira. O destaque para mim este ano foi uma bebidinha amarelo-quase-fosforescente, uma aguardente de milho, que pelo gosto suave e simpático, com um toque um pouco gay (sem tom pejorativo, por favor), e também pela cor amarelinha, apelidamos de “cachacinha Valentino Rossi”.

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Quando o pessoal do blues dá os últimos acordes, e grande parte da população do evento se dirige para seus hotéis e pousadas, o pessoal que prefere esticar a noite pode se dirigir à Casa da Insanidade Mental – local onde acontece uma festinha com direito a fogueira no quintal e um DJ muito louco, com repertório alucinante que inclui (entre outras loucuras musicais) o Hino Nacional Brasileiro. Interessante ver como as pessoas todas param o que estão fazendo para cantar o hino, se deixando levar pela paixão ufanista.

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Muitos me perguntaram sobre como foi na estrada com a moto, já que foi a primeira longa que fiz com a nova KTM Superduke 1290. Esta moto tem características muito interessantes, que merecem um capítulo à parte, mas essa tarefa vou deixar a cargo do amigo Mário Barreto que fará um test ride em breve e poderá dar o parecer técnico. Nesta viagem pude avaliar o conforto e o consumo, dois quesitos fundamentais para as longas trips e que nas motos mais esportivas são sempre problemáticos. Considero a Duke extremamente confortável em termos de posição de pilotagem. A aerodinâmica é super bem resolvida e a sensação é que não bate muito vento no peito, o que não é natural para uma naked. O consumo girou em torno de razoáveis 16 Km/l, que com um tanque de 19L permite que a Duke gire folgadamente 250 km em cada tiro. Da mesma forma os pneus sofreram pouco desgaste no percurso, a moto está agora com 7 mil rodados e ainda há uma bela quantidade de borracha para queimar.

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A questão do baixo consumo obviamente considera uma tocada mais suave, a velocidades regulares e baixos giros, ideal para atravessar as longas distâncias. Aqui vai uma observação, a Duke é fraquinha nos baixos giros, apesar de ter melhorado com o amaciamento, o motor só acorda mesmo acima dos 5.000 giros. A partir daí o motor gira alto, o que é muito prazeroso, porém para os tiros longos é um motor que dá um “trabalhinho”, não é desses que você resolve tudo com uma marcha só, é preciso ir encontrando a marcha certa etc etc. Eu adoro este trabalho, e é por isso que viajo com uma Duke ao invés de uma bigtrail, por exemplo. O prazer em primeiro lugar!

Até!

Fabio Caiado.

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Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestas em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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