Téquinfim! Yamaha vence!

Fiquei acordado até tarde e valeu a pena. Sempre vale, Philip Island é sempre uma corrida espetacular, onde coisas incríveis acontecem. Além de linda. É uma pista muito rápida e fluida, onde se freia pouco (em perspectiva), onde se acelera muito e se aproveita o embalo. Boa para motos equilibradas e que mudam de direção sem teimosia, onde a reaceleração não é tão importante. Uma perfeita receita contra a Ducati. Contra a Honda não se sabe, pois só a Honda do Marc Marquez campeão anda bem em qualquer lugar, ele carrega a moto nas costas e na mão.

Mas é uma receita boa para as Yamahas e Suzukis, que sendo mais redondinhas, dizem até que a Suzuki é mais redonda do que a Yamaha, vem com tudo.  O motorzão da Ducati complica a vida dela, pois é mais difícil fazer as curvas no embalo “redondo” quando se atinge mais de 330 km/h…

Assim que começou a corrida Dovi e Bautista se recuperaram de uma posição de largada ruim, e Maverick Viñales se deu mal, como sempre, indo lá para trás. As motos nervosíssimas, Marc com o capeta, Iannone também. Bautista mostrando o ótimo piloto que sempre foi (uma escolha muito melhor do que Petrucci, vá entender…) e até o local hero Jack Miller pegando a ponta por instantes. Rossi se embolou também. Mas o mais assanhado e disposto, sem dúvida era o Zarco. O Zarco é um dos melhores pilotos no grid, só não tem moto.

Aí teve o acidente com ele, que acabou tirando o MM da corrida também. No final do retão, 300 e blau, ele se preparava para frear depois do MM e por fora. Era uma manobra no mínimo corajosa e algo deu errado, pois ao chegar muito perto, talvez calculado mal, ele tocou travando no freio e a moto perdeu a frente na reta. Estes freios de carbono são fortíssimos e certamente não trabalham quentes nesta pista. Travou, a moto rodou e na rodada deu uma porrada na rabeta do Marc que quebrou o subquadro. Que porrada, que tombaço do Zarco, que área de escape linda, que milagre ele ter saído andando e MM não ter caído também. Coisas de corrida. E que show a quantidade de cameras que pegou o incidente. Vimos de todos os angulos.

Com a saída dos dois pareceu que daria Dovi, com Rossi já fazendo mágicas para ficar por perto. A Ducati melhorou muito mas nesta pista ela leva um baile de agilidade. Mas nesta hora Maverick Viñales já estava com a macaca, ignorou todo mundo, passou batido, assumiu a ponta e abriu 4 (QUATRO) segundos. A estratégia de Dovi, de ganhar correndo o mais devagar possível, só funciona com o MM que o ajuda a segurar a galera e tem muito a perder. Com estes malucos e no final do campeonato, não dá. Tirou a mão um tico  para economizar pneus e levou logo 3 passadas para ficar esperto.

Maverick Vinãles é muito bom. Eu estava com saudade de vê-lo na tela. É um novo Lorenzo, que anda lançado, limpo, não se mexe na moto, coisa linda.

Maverick no gás

Ianonne andou muito rápido, errou várias vezes mas mesmo assim se impôs as Ducatis, passando elas de volta em cada erro. Bautista botou pressão, seria lindo para ele (e meio burro) chegar na frente do Dovi. Pensei que ele tivesse aliviado, mas depois revi que ele levou uns sustos e quase caiu umas 3x. Não tem experiência com a GP18 suficiente para isso. Quarto tá “ótemo”! No final Rins, que também fez boa corrida, passou Rossi na última volta e o velho foi o maior perdedor do dia, pois viu uma Yamaha que não é a sua ganhar, e acabou no final do pelotão.

Nas duas últimas voltas Viñales reduziu o ritmo, com controle, certamente para não correr riscos desnecessários e passou para vencer com menos de 2 segundos. Feliz da vida e até fez as pazes com o Ramón Forcada, que é gênio. Sem Lorenzo, sem Marc Marques, as corridas são outras.

Com Forcada

Valeu amiguinhos, quem não viu, veja, foi legal.
Mário Barreto